Campeonato Brasileiro de Canoagem Oceânica

Fim de semana passado, 4 e 5 de dezembro, participei do Campeonato Brasileiro de Canoagem Oceânica, em Ilhabela/SP.

É um dos campeonatos mais esperados, pois muitos vão batalhar por seu espaço ao sol pleiteando o Bolsa Atleta, que governo paga como forma de incentivo, consequentemente o nível dos atletas é sempre muito alto!

Foi minha segunda competição com o Turbo1, conhecido como Pontiac… um barco difícil de equilibrar, desconfortável porém rápido.

Eu não estou acostumado com ele, não treino com ele, é um erro meu, pois ele requer muito treino pra domar a fera. Logo na largada tive dificuldades pra entrar e virei… embarquei novamente, remei um pouco e virei novamente… mico total! Voltei nadando ao raso, entrei nele e dessa vez deu certo.

A prova era longa, 22km, tinha muita água pra passar debaixo do caiaque. Na primeira parte veio o calor do mormaço e judiou de todo mundo, teve gente que desistiu e teve gente que parou pra jogar água, o calor é perigoso!

Após cerca de 8km tive que parar numa rampa de acesso de barcos para tirar água, daquelas viradas na entrada da competição… já tinha em mente que não estaria mais brigando por posição e sim para completar a prova por toda essa dificuldade de percurso, barco e clima.

Maré contra e vento prejudicaram bem a remada, chegando a tediosos 5km/h e quando eu estava na metade da competição, virei novamente… o problema é que no meio do mar, você não consegue subir sozinho nesse caiaque, o casco (fundo) dele é praticamente um tubo de PVC, ou seja, não para reto, fica sempre tombando pros lados. Nessa hora é só esperar o barco de apoio vir te resgatar, mas para surpresa minha, outro canoísta parou para me ajudar. Levantou a proa, tirou água e fez uma balsa para que eu conseguisse subir. Normalmente em competições o pessoal não se ajuda, estou competindo entre eles, normal, eu já parei pra ajudar muito, talvez tenha sido minha recompensa.

Após contornar a última bóia, que estava a perder de vista e numa competição, abalar o psicológico é a pior coisa que tem, você cansado, sem saber a distância que falta…. acaba com qualquer um, a remada rendeu muito mais, maré a favor, vento a favor, chegou a 13km/h facilitando chegar logo após 2h20 de competição. Terminei em 6º lugar.