Diretor da Empresa Olímpica Municipal diz que espaço estará aberto aos atletas da CBCa, mas objetivo maior será atender a população. Londres 2012 pode ser exemplo.
Considerada a obra mais complexa dos Jogos Olímpicos de 2016, o circuito de canoagem slalom, em Deodoro, virou motivo de atenção antes mesmo do início do evento. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já deixou claro que a intenção é transformar o local em um complexo de lazer. Recentemente, chegou a dizer, inclusive, que o canal serviria de ”esquibunda” para as crianças após o fim das Olimpíadas. A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), no entanto, ainda trabalha com a possibilidade de o local receber o esporte de alto rendimento.
– Nós contamos com a questão do alto rendimento e com o esporte de base para Deodoro e toda essa região. Tudo isso para essa garotada poder praticar esporte de águas brancas e caiaque polo para a parte de águas calmas. Para a população poder curtir, talvez o rafting ou mesmo o boia cross ou coisa parecida para poder ter uma atividade de águas brancas comunitária. Nós contamos com isso, não queremos exclusivamente. Entendemos que é um bem olímpico e que tem condições de ser autossustentável. É nisso que a Confederação Brasileira está trabalhando – disse o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini.
Diante do cenário, o diretor de projetos da Empresa Olímpica Municipal (EOM), Roberto Ainbinder, já havia afirmado que o acesso aos atletas não está fechado. No entanto, salientou que a ideia principal do legado no local é privilegiar a população. Atualmente, o local de treinamento da canoagem slalom do Brasil é em Foz de Iguaçu, no Paraná.
– A ideia é privilegiar mais a população, com as pessoas podendo descer de rafting. Mas o acesso aos atletas não está fechado – disse o diretor de projetos da EOM.
O estádio de canoagem slalom dos Jogos de 2016 faz parte do Parque Radical de Deodoro, ao lado das pistas de BMX e mountain bike. Consiste em simular a correnteza de um rio. Quatro bombas vão captar 26.000m³ de água, volume equivalente a sete piscinas olímpicas. Obstáculos artificiais serão distribuídos pelos canais para simular pedras encontradas em corredeiras naturais, criar ondas, piscinas e redemoinhos por onde os atletas terão que passar em um percurso determinado, de cima para baixo. A expectativa é que o circuito seja concluído a tempo do evento-teste, marcado para novembro deste ano. As obras têm recursos do governo federal e execução do governo municipal.
Um exemplo a ser seguido pode ser a instalação da canoagem slalom utilizada nas Olimpíadas de Londres 2012. Antes mesmo das Olimpíadas, o Lee Valley White Water Park se adequou tanto para servir de estrutura de lazer, sendo aberto ao grande público, como para atender atletas de alto rendimento do país. A área fica em Hertfordshire, a 30 quilômetros de Londres, e foi totalmente revitalizada pelos Jogos Olímpicos ao receber diversas modalidades. Em setembro deste ano, o local irá sediar o Mundial de Canogem Slalom e se tornou o local de treinos da seleção britânica.
