Festival reúne sobreviventes do câncer de mama em competição de Dragon Boat


A ideia é a difusão da modalidade, já visando trazer para a região, em 2018, o encontro mundial.

festival-ka-ora-brasilMais uma vez, o esporte empresta a sua imagem para ajudar uma causa social. Em pleno “Outubro Rosa”, centenas de sobreviventes do câncer de mama estarão reunidas para participar do 1º Festival Ka Ora Brasil Baixada Santista, nos próximos dias 22 e 23, em São Vicente. O evento será realizado nos mesmos moldes do encontro realizado pelo IBCPC (International Breast Cancer Paddlers Commission), que reúne anualmente cerca de 4 mil mulheres para regatas, numa grande ação de engajamento no esporte, como parte de suas recuperações.

O Dragon Boat, canoa de origem milenar na China, foi adotado como o esporte oficial do combate ao câncer de mama, porque a prática é considerada uma poderosa aliada para o resgate da qualidade de vida das mulheres que tiveram câncer de mama. A iniciativa é do canoísta Fábio Paiva, que há mais de uma década trouxe ao Brasil a canoa havaiana e também foi o pioneiro no País com o Dragon Boat.

A ideia partiu após um contato do IBCPC ao saber que Fábio tinha a embarcação em Santos. “Eles me convidaram para acompanhar uma competição na Argentina. Quando cheguei lá, fiquei emocionado com o ritual. Percebi que tinha uma importante missão, em organizar um evento digno para as sobreviventes do câncer de mama. É uma competição com uma causa social importante”, explica.

“O nome Ka Ora vem do maori ‘Vida’ e o objetivo é justamente propagar que existe vida após a doença. E vamos difundir os benefícios da remada na recuperação do câncer de mama, a autoestima, a motivação pela qualidade de vida”, comenta Marcos Rodrigues, também da organização do Festival, junto com Fábio Paiva.

A competição contará com duas categorias (cada um com seis equipes), a ‘Ka Ora’ – composta só por mulheres sobreviventes do câncer de mama – e a ‘Sorteio’ – com homens e mulheres simpatizantes do esporte. As regatas terão 200 metros na Praia dos Milionários, ao lado direito antes da subida da Ilha Porchat, local escolhido por oferecer condições perfeitas para a disputa.

Mais do que a competição, a proposta é a reunião das pessoas por uma causa. A ideia é a difusão da modalidade, já visando trazer para a região, em 2018, o encontro mundial. “Será uma grande celebração. Sem dúvida, vai emocionar muita gente”, afirma Fábio. “No Dragon Boat, os atletas remam lado a lado, numa mesma sincronia, e esse é o espírito que o IBCPC difunde, alguém sempre ao seu lado, junto”, destaca.

O evento já “nasce” internacional, com a participação atletas do Canadá, da diretoria do IBCPC, da Argentina e até da Nova Zelândia. A Baixada Santista será bem representada com uma equipe formada por sobreviventes da doença, que estão se preparando num projeto inovador, desenvolvido pela Unifesp, com treinos orientados pelo próprio Fábio Paiva.

Serão seis equipes por categoria, divididas em baterias de três Dragon Boats. Ao final do evento, será realizada a Cerimônia das Rosas. “Um momento emocionante, com certeza. Todos os participantes receberão medalhas”, explica o organizador.

As regatas serão realizadas no domingo, a partir das 9 horas, mas na véspera os atletas poderão se adaptar às canoas na parte da manhã. Nesse mesmo período, as representantes do IBCPC promoverão uma palestra explicando a relação do Dragon Boat, técnicas de remadas e, de tarde, todas vão para o mar para um treino. “Como é um esporte novo no Brasil, como muitas sobreviventes nunca tiveram contato com o barco, teremos uma integração nas equipes com atletas experientes junto com iniciantes”, ressalta Fábio Paiva.

O Dragon Boat comporta 22 pessoas, sendo 20 remando (dez de cada lado), uma no leme e uma no tambor, uma tradição milenar, responsável pelo ritmo das remadas. Na competição, as equipes de sobreviventes contarão com 16 remadoras. Na Sorteio serão dez (seis homens e quatro mulheres). Em cada categoria, os dois melhores tempos seguem direto para a decisão e o terceiro finalista será definido numa repescagem.

PALESTRA

Junto ao evento competitivo, o 1º Festival Ka Ora Brasil Baixada Santista terá uma importante palestra com o médico Donald McKenzie, PHD, professor no Departamento de Medicina Esportiva da Universidade de British Columbia, que defende o exercício da remada como grande benefício da recuperação da doença. Ele abordará o tema Remar em Dragon Boats é Medicina. O encontro aberto a todos interessados e com entrada gratuita será na sexta-feira (21), às 20 horas no anfiteatro do Sesc Santos, no bairro Aparecida. Os convites devem ser retirados na loja Opium Hightech Line (Av. Bartolomeu de Gusmão, 127).

Interessados em participar da competição têm até segunda-feira (17) para se inscrever. Sobreviventes do câncer de mama, que desejam remar pela categoria Ka Ora, não pagam a inscrição. Outras informações pelo telefone (13) 3261-2229.

O 1° Festival Ka Ora Brasil Baixada Santista é uma realização da Canoa Brasil, com os patrocínios da Transbrasa e Proplastik Produtos Naturais. Apoios institucionais da UNIFESP, Sesc Santos, TV Tribuna, ICESP, Instituto Neo Mama, 98 FM Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de São Vicente – SESPOTUR e FMA Notícias. Colaboração do Colégio Jean Piaget, Píer 27, Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Hospital Sírio-Libanês.

Acompanhe o vídeo institucional do evento: