Retrospectiva 2016: um ótimo ano para modalidades não-olímpicas


Confira como foi o ano da Canoagem Tradicional, Canoagem Freestyle e Va’a

O ano de 2016 foi um ano muito especial para a Canoagem Brasileira. Uma participação histórica nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 e um reconhecimento nunca alcançado pelo esporte. Mas a CBCa é formada por um total de 12 modalidades, todas com seus planos e objetivos. Neste release iremos recordar o que foi feito na Canoagem Tradicional, Canoagem Freestyle e Va’a, neste ano de 2016.

Canoagem Tradicional

A Canoagem Tradicional este ano comemora mais um grande avanço no rumo de seu reconhecimento e valorização cultural.

No segundo semestre deste ano Evaldo Malato, Supervisor da modalidade junto à CBCa, realizou, em conjunto com Gesika Toscano e Luciana Costa, um trabalho no programa de detecção de talentos, projeto aprovado em primeiro lugar entre trabalhos de diversos esportes com modalidades distintas.

O trabalho comprovou, através de uma pesquisa de campo, que as proficiências físicas dos alunos que têm o uso de canoas no seu cotidiano são mais desenvolvidas que as não-praticantes. Isso fundamenta a implantação da modalidade na grade do ensino fundamental das escolas ribeirinhas do Pará. Em paralelo, na FAM (Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia) está sendo trabalhada a qualificação de profissionais na área de educação para a especialização nesta disciplina.

O trabalho de reconhecimento da Canoagem Tradicional já vem sendo realizado há cerca de duas décadas, e continuou sendo o foco do comitê da modalidade ao ser integrada à Confederação Brasileira de Canoagem. O reconhecimento científico alcançado em 2016 reforça a identidade cultural do povo ribeirinho e coloca a Canoagem Tradicional como patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará.

Essa implantação da modalidade na grade escolar, junto à Secretaria de Educação, dá à Canoagem Tradicional a chance de se tornar cada vez mais popular. Isso se torna muito importante para a detecção de novos talentos para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, já que as técnicas de remada são muito similares às da Canoa Olímpica. Evaldo Malato se mostra muito otimista com o futuro da modalidade “Que boas remadas continuem nos empurrando à importante popularização da Canoagem Tradicional.

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Canoagem Freestyle

Em 2015 a Canoagem Freestyle teve ótimos momentos, uma participação satisfatória no Campeonato Mundial em Ottawa, no Canadá e um Campeonato Brasileiro com um ótimo nível técnico. Para 2016 a projeção era de mais evolução e uma melhor participação na Copa do Mundo, que aconteceria no mês de outubro, na Argentina.

A primeira competição de 2016 na modalidade aconteceu na cidade gaúcha de Três Coroas. O evento contou com a participação de 20 atletas de todo o país. A região sofreu com fortes chuvas poucos dias antes da competição, o que diminuiu a presença de espectadores, mas não influenciou no desempenho dos atletas. A competição serviu como seletiva para o Campeonato Mundial, e apresentou uma grande evolução para a competição do ano passado realizada no mesmo local. João Francisco Hauschild de Oliveira, supervisor da modalidade na CBCa comentou após a competição que “O nível da competição foi bom, pudemos perceber a grande evolução na performance das manobras devido aos treinamentos diários dos atletas”.

Entre os dias 12 e 15 de outubro a cidade argentina San Juan foi a sede da única competição internacional da modalidade, a Copa do Mundo de Freestyle, contou com a participação de apenas um brasileiro, o atleta Rafael Cassiano Bertoldi. Ele terminou a competição com 140 pontos, na 15ª colocação da fase classificatória, e não conseguiu passar para as fases finais do evento.

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Va’a

Desde que passou a fazer parte do quadro de modalidades da CBCa, em 2008, o Va’a é a modalidade que mais cresce dentro da Confederação. Atualmente são estimados 7.000 praticantes no Brasil, que é um dos países com maior número de participantes do Va’a Um calendário nacional com eventos espalhados por todo o Brasil e um calendário internacional com grande participação brasileira são dois dos muitos atrativos da modalidade. Foi com esse pensamento que o Va’a começou 2016, o objetivo de crescer e continuar melhorando o nível técnico nacional, para tornar o Brasil cada vez mais competitivo no cenário internacional.

O calendário nacional foi muito movimentado em 2016. No primeiro semestre foram 3 eventos realizados no Rio de Janeiro (Seletiva de Va’a Sprint V1, V6 e V12 para Campeonato Mundial de 2016), Distrito Federal (1ª Etapa – Campeonato Brasileiro de Va’a V1, V1R e V2R Maratona) e São Paulo (2ª Etapa – Campeonato Brasileiro de Va’a V1, V1R e V2R Maratona). Os eventos tiveram um grande número de participantes e serviram como seletiva para o Campeonato Mundial e para o Sul-americano de Va’a. No segundo semestre mais 3 competições nacionais aconteceram, todas elas etapas do Circuito Brasileiro de Va’a V6, que contou com a participação de 400 atletas. As três etapas foram realizadas em Vitória – ES, Salvador – BA (primeira prova oficial da modalidade na região nordeste) e Rio de Janeiro, respectivamente. A evolução do nível técnico ficou evidente em todas os eventos, e reforçou ainda mais o crescimento da modalidade.

Se nas competições nacionais o nível técnico dos atletas demonstrou uma melhora visível, no cenário internacional os brasileiros também fizeram bonito. No Campeonato Mundial de Va’a, realizado em Sunshine Coast, na Austrália, entre os dias 05 e 15/05 os 11 participantes brasileiros tiveram uma boa participação. O grande destaque, porém, foi José Agmarino Coelho, o “Zecão”. O atleta registrou o segundo melhor tempo na semifinal dos 250m, foi o quarto lugar na V1 500m VL3 e ainda conquistou a única medalha brasileira da competição: bronze nos 250m VL3. A segunda competição internacional foi o Campeonato Sul-americano de Va’a V6, que aconteceu em Maitencillo, no Chile, de 17 a 20/11. O Brasil teve uma ótima participação e ficou no 2º lugar geral com 5 medalhas de ouro, 9 de prata e 11 de bronze.

Depois de um ótimo ano de 2016, o Va’ a passa a olhar para 2017. No próximo ano o Va’a passa a ter uma entidade representativa própria, se desligando do quadro de modalidades da CBCa. Essa transição será feita por uma comissão de transição que será formada por clubes hoje filiados à Confederação Brasileira de Canoagem, no dia 21 de janeiro, em Santos. Manuel Gil Rey Rojo, supervisor da modalidade se mostrou otimista com essa mudança e com o futuro do esporte “nossas conquistas não param aqui, tenho certeza que com muito esforço, trabalho e espírito de união a Canoagem Va’a dará um grande salto de qualidade em 2017”.

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