Retrospectiva 2017: Canoagem Slalom, Canoagem Onda e Canoagem Oceânica


Com o final do ano se aproximando é a hora da retrospectiva e relembrar o que foi conquistado em 2017 e planejar o que será buscado em 2018.

Neste release veja como foi o ano de três modalidades da Confederação Brasileira de Canoagem – CBCa: Canoagem Slalom, Canoagem Onda e Canoagem Oceânica.

Canoagem Slalom

Há cinco anos a Canoagem Slalom Brasileira vem batendo recordes em todas suas categorias disputadas e 2017 não poderia ser diferente. Ana Sátila continua crescendo cada vez mais e agora neste ciclo está firme e forte tanto na canoa quanto no caiaque e ainda no K1 Extremo Cross. Pedro Gonçalves diminuiu o percentual em relação aos barcos internacionais e Felipe Borges conquistou uma semifinal inédita em Mundiais para a canoa masculina. Agora morando no Rio de Janeiro e treinando no Canal Rio no Parque Radical de Deodoro os atletas estão na expectativa de fazer muito melhor em 2018.

Dentre todos os feitos do ano para Ana Sátila o grande destaque foi em setembro no Mundial realizado em Pau na França, ela foi a única atleta feminina a conquistar duas medalhas em provas individuais, um bronze no C1 Feminino e a prata no K1 Extremo Cross, nova categoria da Canoagem Slalom que estreou este ano em Mundiais.

Ano após ano Ana Sátila passou a bater recordes e conquistas inéditas para o Brasil em 2014 foi medalha de ouro pelo caiaque no Mundial Júnior na Austrália em 2015 conquistou e a prata no Mundial Sub-23 também na mesma categoria, no mesmo ano veio a primeira medalha na canoa e em Copas do Mundo, na etapa da República Tcheca. Em 2016 obteve uma prata no K1, e com apenas 21 anos já participou de duas edições olímpicas, Londres em 2012 e Rio de Janeiro em 2016. “Estou muito feliz com esses resultados, treinei bastante e estou em ritmo forte de treinamentos porque quero dar o meu melhor também em 2018”, esclarece a atleta que é o grande talento da Canoagem Slalom.

Pedro Gonçalves buscou melhorar seus índices em 2017, o atleta esteve por pouco na final do K1 Masculino no Mundial realizado na França, e também fez o melhor tempo da classificatória, feitos históricos para a modalidade na sua categoria para o Brasil. “Sem dúvida um marco que nos permite visualizar como estamos bem perto dos nossos objetivos, talvez não foram palpáveis com medalhas, mas foram marcas que ninguém tinha alcançado” comenta Pepe, que em 2016 foi 6o lugar nos Jogos Olímpicos. Para alcançar os objetivos Pepe foca nas pequenas coisas “Esporte de alto nível é detalhe e leva tempo para se conquistar o que quer” lembra. Em outra modalidade o atleta ganha destaque, o K1 Extremo Cross, onde ficou em 7o lugar no Mundial.

No C1 Masculino Felipe Borges foi o destaque do ano, o atleta além de garantir uma semifinal na 2a Etapa da Copa do Mundo em Augsburg também conseguiu o feito inédito de colocar um barco brasileiro em semifinal de um Mundial Sênior, o que o deixou 25o lugar. “É um passo que eu cresci, cada vez ganho mais experiência, quero pegar mais semifinais, é passo a passo. O Brasil está crescendo, de degrau em degrau estamos indo” comenta. Além dele Charles Corrêa também foi a uma semifinal de Copas do Mundo neste ano durante a 5a Etapa realizada em Ivre,a na Itália.

Reabertura do Canal Rio

No início de dezembro Ana Sátila, Pedro Gonçalves, Felipe Borges, Anderson Oliveira, Charles Corrêa começaram a treinar no Canal Rio no Parque Radical de Deodoro, onde foram realizadas as provas da Canoagem Slalom nos Jogos Olímpicos de 2016. A reabertura do Centro de Treinamento e do local para a população foi possível graças a uma parceria entre a Confederação Brasileira de Canoagem, Comitê Olímpico Brasileiro e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.

De acordo com o João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, a pista dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 é similar à do Rio e isso facilitará no treinamento da equipe. “Ela tem o mesmo desnível, mas é um pouco mais estreita. Quando definirem o desenho lá, conseguimos mudar o nosso aqui. Vamos treinar para Tóquio em casa em uma pista similar. Foi o que os britânicos fizeram conosco. Pegaram a pista de Londres 2012, mudaram o desenho de acordo com a nossa e conseguiram medalhas aqui”, explica.

Ele lembra de outro diferencial para os canoístas: “Eles estão morando em frente ao Centro de Treinamento no Parque Aquático Maria Lenk, e poderão usar toda aquela estrutura de ciência, preparação física para o alto rendimento deles”, diz.

Crescimento também na base

O último evento realizado no ano do circuito brasileiro de Canoagem Slalom mostrou o potencial dos atletas iniciantes para os próximos anos, contando com aproximadamente 100 atletas o evento mostrou o crescimento das associações. “Foi um ano muito especial para o crescimento da base, três escolas saíram de 10 para quarenta alunos. Foi um ano diferenciado tanto no alto rendimento quanto para a base”, comemora Antônio Carlos Pinto, diretor técnico da Canoagem Slalom, ao comentar a evolução das associações: ATICA de Tibagi/PR, ICAC – Itiquira/MT e ASCAPI – Piracicaba/SP.

Em 2018 o Mundial é aqui!

O Brasil sediará no Rio de Janeiro o Mundial de Canoagem Slalom 2018, contando com a melhor estrutura do esporte no mundo e o local onde foi realizado os Jogos Olímpicos de 2016 o Parque de Deodoro quer fazer bonito novamente ano que vem igual fez no ano passado.

“Nós já estamos preparando o evento, temos uma equipe sendo estruturada e o caminho está sendo asfaltado buscando experiência junto a Federação Internacional e a organização dos Mundiais já realizados em outros países. Além disso, usamos a nossa própria expertise em eventos feitos no Brasil como o Mundial Júnior & Sub-23, em 2015, e também nos Jogos Olímpicos do ano passado”, afirma Tomasini.

Ele lembra que além do Mundial Sênior também sediaremos o Mundial Júnior e Sub-23 de Canoagem Slalom em 2019. “Nós temos certeza que vamos fazer eventos de nível como o realizado pela organização francesa, que é o maior país da Canoagem Slalom. Graças ao apoio dos patrocinadores, órgãos governamentais vamos apresentar um grande trabalho“, comenta. O evento será realizado entre os dias 26 a 30 de setembro de 2018.

Esta é a terceira vez que o Brasil receberá um Mundial Sênior, em 1997 o primeiro foi realizado na cidade de Três Coroas/RS, o segundo foi em Foz do Iguaçu no ano de 2007.

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Canoagem Oceânica

O ano passado foi um ano excepcional para todos os esportes no Brasil. A realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro deu visibilidade e suporte para praticamente todas as modalidades esportivas no país, olímpicas ou não. Depois de um ano histórico, grande desafio de 2017 era manter a base de atletas das competições nacionais e fomentar a modalidade no cenário sul-americano, com a realização do primeiro campeonato continental no Brasil.

A Canoagem Oceânica realizou quatro competições nacionais este ano. O circuito Brasileiro de Canoagem Oceânica teve a sua primeira etapa em São Sebastião – SP e a segunda em Paraty – RJ. A terceira etapa foi realizada em Ilhabela – SP em um evento conjunto que sediou o Campeonato Brasileiro de Canoagem Oceânica, a 3ª etapa do Circuito Brasileiro e o primeiro Campeonato Sul-americano realizado em águas brasileiras.

Todas as etapas do Circuito Brasileiro tiveram uma boa resposta dos atletas e foram disputadas com um alto nível técnico, o que ficou evidenciado durante a etapa em Ilhabela, que foi realizada em conjunto com o Campeonato Sul-americano. A competição teve participação de atletas uruguaios e mexicanos, mas o Brasil teve o domínio completo em todas as provas, evidenciando a superioridade brasileira no continente.

Empolgados com os resultados em águas brasileiras quatro atletas voaram até Hong Kong, sede do Campeonato Mundial da modalidade no ano. Os brasileiros não conquistaram medalhas, mas finalizaram o percurso sob com condições adversas e mais rigorosas do que as encontradas no Brasil. O melhor colocado foi Luiz Wagner Pecoraro, atual segundo colocado do ranking nacional, que ficou na 34ª posição na categoria Open, mesma categoria de Alexandre Felipe Nascimento, que terminou a prova na 37ª posição. João Pedro Vieira Miguel competiu na categoria Júnior, e terminou a prova em 11º. Victor Levy, da categoria 60+, não conseguiu finalizar a prova.

Para Jefferson Sestaro, supervisor da modalidade junto à CBCa o ano de 2017 foi positivo “Realizamos o primeiro Sul-americano e, com a participação do México no evento, abrimos portas para um possível Pan-americano”. Segundo Sestaro é necessário aumentar o nível do cenário nacional da modalidade, para que os atletas tenham mais experiência ao participar de competições internacionais. Para 2018, o Supervisor da modalidade planeja “fomentar ainda mais a base e os campeonatos estaduais, que voltaram à todo vapor em 2017”. Além disso realizar três etapas nacionais para selecionar os melhores atletas do país que participarão do 2º Sul-americano da modalidade, no Uruguai e do Campeonato Mundial, que será realizado na França.

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Canoagem Onda

A Canoagem Onda brasileira começou o ano de 2017 embalada, depois de um ótimo Campeonato Sul-americano, realizado no Peru no final de 2016. Os bons resultados internacionais fizeram com que o Comitê da modalidade planejasse a expansão e o crescimento da modalidade no Brasil e na América Latina.

Com esse pensamento de crescimento em mente foi organizado a primeira e única competição do calendário nacional da modalidade. O Campeonato Brasileiro de Canoagem Onda foi realizado na Praia do Itararé, na cidade de São Vicente – SP, entre os dias 05 e 06 de agosto. A competição contou com a inclusão de duas novas provas além das tradicionais Waveski, Kayaksurf e Sharkpaddle: Power Canoagem, voltada para atletas com alguma deficiência física e Ladies, que é a disputa para mulheres. Todas as provas tiveram disputa nas categorias Iniciante (atletas com menos de 2 anos de competição, independentemente da idade), Sênior (aberto a qualquer idade), Gran-máster (atletas acima de 50 aos) e Open (aberto a qualquer idade), exceto o Sharkpaddle que não apresenta provas da categoria Gran-máster.

O Campeonato Brasileiro também serviu como seletiva para o Sul-americano, que seria realizado na Argentina em novembro. Os melhores atletas do Brasil se dirigiram para Mar del Plata para tentar repetir boa apresentação do ano passado, quando conseguiu seis medalhas de ouro, quatro de prata e seis de bronze.

O Campeonato Sul-americano de Canoagem Onda foi realizado entre os dias 23 e 26 de novembro e contou com a participação de mais de 50 atletas. Mesmo com o grande número de atletas o domínio brasileiro dentro da América do Sul ficou evidente. O Brasil terminou a competição com oito medalhas de ouro, das 12 que estavam em disputa, além de seis medalhas de prata e cinco de bronze, melhorando o desempenho do ano passado.

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