Retrospectiva 2017: Paracanoagem, Canoagem Tradicional e Canoagem Maratona


Com o final do ano se aproximando é a hora da retrospectiva e relembrar o que foi conquistado em 2017 e planejar o que será buscado em 2018.

Depois do encerramento do calendário oficial da Canoagem Brasileira reunimos para vocês o que aconteceu de mais importante nas modalidades que compõe o quadro da Confederação Brasileira de Canoagem. Neste texto você encontrará os principais resultados e metas atingidas na Paracanoagem, Canoagem Maratona e Canoagem Tradicional.

Paracanoagem

A Paracanoagem Brasileira atingiu todas as metas de resultados estipuladas para este ano, terminando em primeiro lugar no Sul-americano e no Pan-americano, e com o quinto lugar geral no Mundial da modalidade disputado em agosto, na República Tcheca.

No Campeonato Mundial destaque para os atletas Luis Carlos Cardoso e Caio Ribeiro de Carvalho, evento em que ambos conquistaram duas medalhas e foram os grandes responsáveis por manter o Brasil em quinto lugar no ranking geral de medalhas da modalidade.

Já no Pan-americano, realizado em outubro, no Equador, o destaque também ficou por conta da participação feminina e de jovens canoístas na modalidade, onde o Brasil incentivou a participação de atletas como Geovane de Paula e Brenda de Almeida, que conquistaram ótimo resultados.

Em âmbito nacional dois pontos foram importantes para o desenvolvimento da modalidade: os cursos de Classificação Funcional e de técnicos que capacitaram aproximadamente 50 pessoas para a Paracanoagem Brasileira, corroborando com o planejamento estratégico da modalidade que visa formar e capacitar a base nacional para que cada vez se aproxime mais ao alto rendimento; e o Campeonato Brasileiro que bateu o recorde de participação com a presença de 59 atletas, sendo destes 19 mulheres, equivalendo ainda mais o desenvolvimento do esporte em ambos os gêneros.

Outros ponto extremamente importante no ano de 2017 foi a inclusão de mais três provas paralímpicas no quadro de Tóquio 2020: o VL3 masculino e o VL2 masculino e feminino se juntarão às outras seis categorias já existentes de caiaque, o que possibilita novas medalhas paralímpicas ao Brasil na próxima edição dos Jogos Olímpicos.

Por fim, a continuidade do Projeto de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Paracanoagem em Entidades de Prática (DAPEP) que beneficia 12 entidades a realizar ações de Paracanoagem em suas cidades almejando-se chegar a 20 em 2018 com a possibilidade de novos empréstimos de barcos à entidades que demonstrarem o desenvolvimento do esporte em suas regiões.

Para o supervisor do Comitê de Paracanoagem da CBCa, Leonardo Maiola, o ano de 2017 foi muito importante para a manutenção do trabalho realizado nos últimos anos pela Canoagem Brasileira. “Apesar de dificuldades enfrentadas nesse ano pós-Jogos (Rio 2016) observamos a capacidade dos nossos atletas em manter níveis avançados de treinamento”, destacou.

As metas para 2018 incluem os projetos de base que darão o suporte e sustenção futura à modalidade baseada no planejamento estratégico realizado pela Canoagem Brasileira. “A longo prazo esperamos estar entre os três melhores países da Paracanoagem em Tóquio 2020”, finalizou Maiola.

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Canoagem Tradicional

O potencial da prática da canoagem na região Amazônica é a grande missão esportiva da vida de Evaldo Malato, presidente da Federação de Canoagem do Estado do Pará. “Há centenas de anos enraizada na cultura brasileira, principalmente no Norte do país, a canoagem faz parte do dia-a-dia de inúmeras comunidades ribeirinhas. O potencial para descobrirmos um futuro talento aqui na região é imenso e nossa luta é transformar esse potencial em resultados no alto rendimento”, disse Malato que conseguiu há cinco anos tornar a modalidade Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará.

Neste ano a luta de Malato ganhou mais um aliado: a Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM), que por meio da direção de Gessivaldo Ferreira, Helena Baptista e Toy Quaresma trabalham e desenvolvem na instituição cursos de formação de profissionais para atuação em projetos de implantação da Canoagem Tradicional na região.

Segundo o diretor-geral da FAM, Gessivaldo Ferreira, a intenção é tornar a FAM a primeira instituição de ensino da região Amazônica com esse tipo de trabalho. “Queremos aproveitar esse potencial da canoagem na região tornando-a uma disciplina curricular, mantendo uma equipe gestora e oferecendo a canoagem como uma opção pedagógica de ensino na região”, ressaltou.

O Ministério da Cultura (MinC) é outra entidade que acredita desenvolvimento da canoagem como esporte de alto rendimento. Em parceria com o Ministério dos Esportes (ME) e com a Fundação Nacional do Índio (Funai), foi iniciado este ano um projeto conjunto com o objetivo de levar indígenas brasileiros à competições esportivas internacionais, entre elas os Jogos Olímpicos de 2024. A ideia inicial é trabalhar com três modalidades: canoagem, tiro com arco e lutas. A iniciativa foi apresentada este ano ao ministro da Cultura, Roberto Freire.

Presente à reunião com o ministro, o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini Schwertner, informou que, inicialmente, a entidade irá doar, com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 15 canoas e caiaques para comunidades indígenas do Alto Xingu. Além disso, será enviado um profissional para capacitação de técnicos indígenas na modalidade.

“O projeto é importante para integrar as duas culturas. Estamos pensando nos Jogos de 2024”, informou. “Queremos dar condições para que os povos indígenas se qualifiquem e promovam o treinamento entre eles”, completou Tomasini.

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Canoagem Maratona

O ano 2016 terminou de forma promissora para a Canoagem Maratona, o Campeonato Brasileiro da modalidade teve um número menor de participantes, mas com um grande crescimento nas categorias de base e no Mundial teve um bom desempenho com um único brasileiro participante. O ano de 2017 começou com o objetivo de incentivar a prática da modalidade, principalmente das categorias de base.

No início do ano uma triste notícia para a Canoagem Brasileira em geral, mas que afetou principalmente a Canoagem Maratona. O paratleta e multicampeão José Agmarino de Jesus Coelho, o “Zecão”, foi vítima de um atentado contra sua vida e não resistiu. Zecão sempre foi um grande incentivador do esporte e um participante ativo da Canoagem Maratona, tendo conquistado uma medalha no Campeonato Mundial da modalidade em 2016. No Campeonato Brasileiro foi realizada uma homenagem ao atleta reconhecendo a importância do atleta para a Canoagem, dentro e fora da água.

A primeira competição da Canoagem Maratona do ano foi o Campeonato Sul-americano de Canoagem Maratona, que aconteceu em paralelo às competições de Canoagem Velocidade e Paracanoagem, em Paipa, na Colômbia. Os brasileiros estavam em ótima forma e conquistaram o maior número de medalhas, quatro de ouro e três de prata. Entre estas sete medalhas quatro foram conquistadas na categoria Júnior, evidenciando a renovação da modalidade.

O único evento nacional do ano foi o Campeonato Brasileiro, realizado em Brasília, que depois de um intervalo de nove anos voltou a ser sede de uma competição da modalidade. A competição contou com a participação de mais de 100 atletas com idades entre 11 e 65 anos e, para os melhores de cada categoria, valia vagas para o Campeonato Mundial da África do Sul.

Segundo a Coordenadora da modalidade junto à CBCa, Bruna Muassab, uma das metas de 2017 era “promover um Campeonato Nacional que oferecesse condições para que a maior parte das equipes pudessem participar, envolvendo o maior número de atletas possível”. A meta foi alcançada, segundo a própria Bruna, que avaliou o evento como um sucesso “refletindo o esforço e trabalho dos clubes em desenvolver a modalidade”.

Em setembro a África do Sul reuniu os melhores atletas do mundo na modalidade para a realização do Campeonato Mundial de Canoagem Maratona e contou com a participação de sete brasileiros. A competição foi realizada no rio Umsunduzi, na cidade de Maritzburg em percursos com 11,8 e 22,6 km. Os brasileiros retornaram da competição mais importante do ano com duas medalhas de ouro, Luciano Pereira Lima, no ParaKL1 e Nayara Karin Falcão de Oliveira no ParaKL3. Essa foi a edição da competição com maior número de brasileiros desde 2010.

O planejamento para 2018 dá continuidade às metas propostas para este ano. Bruna Muassab explica “Seguimos buscando incrementar o número de praticantes da Canoagem Maratona, incentivando os clubes e buscando realizar eventos de qualidade a fim de motivar atletas e treinadores à dedicação ao esporte”.

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