Tocha Olímpica chega a Santos de canoa nessa sexta


De Canoa Va’a OC6, Fabio Paiva conduzirá a tocha olímpica pelo mar do Guarujá para Santos.

fabio paiva

Fabio Paiva, um dos condutores da Tocha em Santos

A passagem da tocha olímpica pela Baixada Santista na próxima sexta-feira (22) terá vários momentos de emoção, mas um – em especial – promete surpreender. Um dos maiores entusiastas da canoagem no Brasil, Fábio Paiva conduzirá a chama olímpica sobre uma canoa havaiana, hoje um dos esportes de destaque em Santos, trazendo junto cerca de 300 remadores, nas próprias canoas, caiaques e pranchas de SUP.

“O cenário, acredito, ser inédito não só no Brasil, mas no Mundo. Serei um condutor que estarei com a tocha por mais de 20 minutos e isto é fantástico”, diz Fabio. “Teremos, inclusive, remadores de outras cidades vindo nos prestigiar, como Bertioga, São Vicente, Praia Grande, Ilhabela, Niterói, Araruama. Isto não tem preço”, afirma Fabio, que tem sua imagem vinculada como grande competidor, organizador de eventos e também fabricante de embarcações, com a Opium Hightec Line, sempre ligado à canoagem.

Para ele, a escolha de seu nome representa dois reconhecimentos, o da modalidade que ajudou a desenvolver em todo o País e tem Santos como referência e dele mesmo, por todo o trabalho feito em prol dos esportes náuticos. “Portanto, achei justo dividir essa emoção com todos os praticantes. Vejo tudo isto como um marco na minha vida”, relata o remador de 53 anos, que como competidor acumulou 15 títulos nacionais na canoagem de velocidade de oceânica e outros tantos mais recentemente na canoa havaiana.

“A emoção é indescritível. A cada momento que me prego vagando nas reflexões é como se passasse um filme na minha cabeça. Me sinto um cara de muita sorte”, comenta Fabio, com uma relação com as olimpíadas. “Ganhei a seletiva para disputar os Jogos de Barcelona (1992) e por um desentendimento com a Confederação fiquei de fora. A entidade anulou o resultado e convocou nova disputa para atletas que ficassem concentrados um mês na raia olímpica. Foi um grande baque, pois não podia abandonar o trabalho. Abandonei a canoagem de velocidade e o sonho olímpico”, lembra.

Mas se não foi para a Olimpíada, Fabio foi o mentor de um dos principais nomes do País, Sebastian Cuattrin. “Sabia que ele seria meu substituto e foi. Passei o bastão a um grande atleta. Mas gostaria de citar uma pessoa que é fato ter conseguido mudar o cenário do Brasil mundialmente, o Fernando Fernandes, ex-BBB, que ficou paraplégico”, lembra. “Ele conseguiu o primeiro título mundial e chamou a atenção de todos brasileiros para o que é a canoagem”, explica.

Outro grande momento de Fabio Paiva foi com o fomento da canoagem havaiana no Brasil. Realizou os primeiros campeonatos e depois a Volta à Ilha de Santo Amaro, a mais longa prova de canoagem oceânica do Mundo. Hoje, o resultado é de grandes proporções, digna do imenso litoral brasileiro. “Já passamos de 36 núcleos e 600 canoas OC6 (seis lugares). Contando entre estas de seis pessoas, com as de quatro, dois e um, podemos dizer que já ultrapassamos 6 mil canoas no Brasil”, relata.

“É surpreendente! Foram muitos anos querendo e fazendo de tudo para que mostrássemos o quanto bem faz um esporte como este. Num país que tem uma condição climática e hidrográfica fantástica. Hoje já é realidade. Mudamos a vida de muita gente. Geramos empregos diretos e indiretos, criamos conceito de lifestyle, noções de valores e qualidade de vida. Resgatamos a história do remo na nossa cidade”, enaltece.

Ele também cita os projetos sociais, como a Terceira Idade em parceria com a Prefeitura. “Agora estou focado a introduzir o remo entre sobreviventes de câncer de mama. Tenho estudado muito sobre isto e fiquei chocado em saber que a América do Sul existe o maior número de mortalidade de câncer do mundo. Já existem estudos comprovados sobre o benefício da remada entre sobreviventes e vamos trabalhar com o Dragon Boat, mais uma modalidade que Santos será referência no País. Em breve todos vão entender melhor”, revela.