Uniforme e primeiros nomes de condutores da tocha olímpica são apresentados no Rio


Atletas, ex-esportistas e personalidades estão entre os escolhidos para carregar a chama pelo Brasil. Roteiro vai passar por 329 cidades do país durante 95 dias

02242016_tocha_32O Comitê Rio 2016 apresentou nesta quarta-feira (24.02), no Rio de Janeiro, o uniforme que será utilizado durante o revezamento da tocha olímpica pelo Brasil, além de divulgar os primeiros carregadores que levarão a chama por 329 cidades do país a partir de 3 de maio. A cerimônia teve a presença de autoridades dos governos municipal e estadual, do secretário do Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, do presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Nuzman, do presidente da Autoridade Pública Olímpica, Marcelo Pedroso, e de representantes das empresas patrocinadoras dos Jogos Rio 2016.

Cada um dos três principais patrocinadores apresentou cinco condutores que terão a honra de levar o símbolo olímpico. Os nomes incluem esportistas, ex-atletas, artistas, personalidades e pessoas com histórias de vida inspiradoras.

Conheça o roteiro completo do revezamento da Tocha Olímpica pelo Brasil

Os atletas paralímpicos Caio Ribeiro (canoagem) e Clodoaldo Silva (natação) formam um dos times ao lado da velejadora Isabel Swan, da ex-jogadora de vôlei de praia Adriana Behar e do escritor Weimar Pettengill. O ex-nadador Gustavo Borges e a ex-tenista Maria Esther Bueno foram apresentados ao lado dos cariocas Pedro Henrique e Tereza Elina Borges e do músico paulistano Paul Lafontaine. O terceiro grupo de carregadores tem a ex-ginasta Laís Souza, a jogadora de vôlei Fabiana, o atleta indígena do tiro com arco Gustavo dos Santos, o cantor Di Ferrero e o youtuber Lucas Rangel.

02242016_erika_miranda_tocha_verticalRepresentando todos os atletas brasileiros, a judoca Érika Miranda foi escolhida pelo Comitê Rio 2016 e desfilou com a tocha e o uniforme do revezamento. “Eu fiquei muito feliz e empolgada, é uma sensação maravilhosa”, disse a atleta. Érika ainda não sabe por onde carregará a tocha, mas torce para que seja por Brasília, sua cidade natal. “Eu sei que o revezamento vai começar por Brasília, no dia 3 de maio. E como a minha família é de Brasília e vou estar por lá, dei essa sugestão, mas ainda não sei qual será o trecho”, brincou.

O revezamento vai passar por todos os estados durante 95 dias. O roteiro inclui lugares turísticos como Fernando de Noronha, Chapada Diamantina e Lençóis Maranhenses. A chama, que será acesa na cidade grega de Olímpia no dia 21 de abril, percorrerá 20 mil quilômetros por estradas brasileiras e 10 mil milhas aéreas pelo país. O revezamento será encerrado em 5 de agosto, quando o último condutor acenderá a pira olímpica durante a cerimônia de abertura dos Jogos, no Maracanã.

Percurso turístico e cultural

O circuito foi definido levando em conta critérios logísticos, turísticos e culturais. Além de envolver o povo brasileiro no aquecimento para os Jogos Olímpicos, a ideia é contar histórias de todos os lugares do Brasil e servir como um legado de inspiração para as gerações futuras.

“A tocha é o momento de a gente mostrar o Brasil, o que a gente tem de bom e bonito, mas também passar a grande mensagem a todos os brasileiros da importância da prática esportiva, dos valores que a gente precisa resgatar, muitos valores olímpicos. O percurso da tocha é isso”, disse o secretário nacional do Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser.

No total, serão 12 mil condutores. Eles usarão o uniforme branco com detalhes em verde e amarelo, que simboliza a paz e a união entre as diferentes culturas regionais e os povos do mundo, presentes na diversidade da população brasileira. Serão confeccionadas 65 mil peças, que serão usadas pelos carregadores, corredores de apoio e equipe de trabalho.

“Eu acho que a tocha tem dois grandes objetivos além dos valores olímpicos: o primeiro é esquentar o clima e o segundo é humanizar. Os Jogos são feitos de gente, de pessoas, eu acho que isso sintetiza bem o trabalho das três esferas de governo, do Comitê Organizador e de todas as pessoas envolvidas”, afirmou Joaquim Monteiro, presidente da Empresa Olímpica Municipal.

Emoção

Com a experiência de ter carregado a tocha olímpica em Atenas-2004, o ex-nadador Gustavo Borges, dono de quatro medalhas olímpicas (duas de prata e duas de bronze), mal pode esperar para repetir a dose em seu país, com o calor da torcida brasileira. “Esse é um momento marcante na vida de qualquer pessoa. O orgulho de participar de uma Olimpíada, de estar no nosso país e de carregar a tocha é indescritível. Acho que é a forma como a população se aproxima das Olimpíadas”, disse.

A emoção é compartilhada pela ex-ginasta Laís Souza. “Eu já estou ansiosa. A gente conseguiu ter aqui nesse evento um pouquinho do que vai ser e sou muito grata. Para mim é um momento mágico”, completou a ex-atletas, que sofreu um acidente durante um treino de esqui e perdeu os movimentos do corpo.

Medalhista olímpica em Sydney-2000 e Atenas-2004 (duas pratas), Adriana Behar adiantou que deve repetir no revezamento da tocha a dobradinha de sucesso que teve com Shelda no vôlei de praia. “Só o fato de estar aqui, andar nessa passarela, eu já estou toda arrepiada. A tocha tem um significado importante para os Jogos, é referência da paz olímpica. Poder fazer parte desse processo é uma recompensa de tudo o que eu e a Shelda fizemos pelo esporte. É mais um presente que o esporte nos dá. Só de falar a gente já se emociona”, afirmou.

Mateus Baeta, brasil2016.gov.br