Brasil garante bronze na Canoagem nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas


Brasil garantiu o bronze, mas as medalhas de ouro e prata ficaram para duas etnias do Panamá

Canoagem nos Jogos Mundiais dos Povos IndígenasOs Jogos Mundiais dos Povos Indígenas chegaram ao fim neste último sábado (31/10), reunindo durante nove dias etnias de todo o Brasil e de várias partes do mundo. As provas realizadas envolveram arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, natação e também a canoagem. A canoagem teve como cenário escolhido o Ribeirão Taquaruçú Grande.

O sábado foi agitado para os eventos da canoagem, após terem sido realizadas cinco baterias preliminares, seis etnias se classificaram para a decisão: Cocama (Colômbia), Emberá e Wounaan (ambas do Panamá), Kamayurá e Riksbaktsa, as duas de Mato Grosso, e Matis, do Amazonas. Por conta de um impasse na bateria prévia entre os Kamayurá e os Wounaan, a organização optou por classificar os dois povos para a decisão. Em uma final acirrada, os Emberá cruzaram a linha de chegada em primeiro, seguidos de seus conterrâneos os Wounaan e do povo Kamayurá, do Mato Grosso.

Canoagem nos Jogos Mundiais dos Povos IndígenasA equipe Argonautas Canoagem, composta por Antônio Santos, Evaldo Malato, Sergio Azevedo e Jose brito, foi a contratada pelo PNEUD (Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo) para organizar e gerenciar a modalidade de canoagem dentro das organizações dos primeiros Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Segundo Evaldo Malato, também supervisor da Canoagem Tradicional na Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), o trabalho foi previsto nos mínimos detalhes para o evento.

“Planejamos a encomenda da fabricação das canoas e remos, até as oficinas práticas para o reconhecimento desta modalidade para as etnias estrangeiras, e também na organização e logística da competição. Encomendamos as canoas e remos em uma etnia localizada no Oeste do Pará, nas matas amazônicas, próximo a cidade de Santarém. Elas foram padronizadas para serem remadas por dois remadores, medindo aproximadamente 5 metros e meio de comprimento e 55 quilos, com um design feito para serem velozes. Todas as canoas foram etiquetadas com uma numeração e nomenclatura que serviram de modelos mundo afora, como as primeiras canoas dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Estes Jogos trouxeram um legado incalculável para todos, já contando com reconhecimento e oficialização desta modalidade na CBCa e o tombamento desta prática como identidade cultural e imaterial do Estado do Pará” revela Malato.

Canoagem nos Jogos Mundiais dos Povos IndígenasPara cada canoa utilizada na competição, a organização do evento fará a reposição ambiental de dez mudas de andirobeira. As canoas utilizadas nos Jogos contam com selo verde, certificado pelo Ibama, feitas de madeira de cedro-arana.

O evento foi um marco para a cidade de Palmas, no Tocantins, que nunca até então tinha recebido um evento esportivo e cultural deste porte. A próxima edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas já possui local marcado, o Canadá em 2017.

As disputas da canoagem tiveram o seguinte pódio final:

1º Emberá – Panamá
2º Wounaan – Panamá
3º Kamayurá – Brasil
4º Riksbatsa – Brasil
5º Matis – Brasil
6º Cocama – Colômbia