Evento-teste no Rio de Janeiro inaugura nova era da Canoagem Brasileira


Canal Rio se equipara aos grandes locais mundiais do esporte

Evento-teste da Canoagem Slalom, no Complexo Olímpico de DeodoroA realização do evento-teste da Canoagem Slalom, no Complexo Olímpico de Deodoro, no Rio de Janeiro, que acontece de hoje (26) a domingo, será um marco para a Canoagem Brasileira. A inauguração do Canal Rio, instalação olímpica que sediará as disputas da modalidade nos Jogos Olímpicos Rio 2016, inicia uma nova era de desenvolvimento da Canoagem Brasileira.

A atleta Ana Sátila está bem empolgada com a “nova casa”, a jovem promessa para os Jogos Olímpicos do Rio diz estar “apaixonada pelo canal”. Ela competirá pelo K1 Feminino e garante que dará o seu máximo para representar bem o país, tanto no evento teste quanto na competição em 2016. “Estou muito contente, todos nós atleta estamos vendo um sonho se tornar realidade. É muito legal remar aqui e ver que tudo isso ficará para a gente”, comenta Sátila.

O canoísta Pedro Gonçalves, que irá representar o Brasil no K1 Masculino, está há alguns dias treinando em Deodoro e aprovou o novo local. “Agora temos as melhores condições do mundo para treinamento, dois canais artificiais que antes buscávamos na Europa e agora temos dentro de casa”, lembra o atleta fazendo referência também ao Canal Itaipu que fica em Foz do Iguaçu, no Paraná, e também é considerado um dos melhores locais no mundo para a prática da Canoagem Slalom.

O evento receberá a presença de 128 canoístas de 27 países, entre eles estão muitos campeões olímpicos e mundiais que virão ao Rio de Janeiro para testar pela primeira vez o canal artificial. O canal é o mais recente construído no continente e provavelmente um dos melhores do mundo.

Entretanto não são só os brasileiros que tecem elogios a nova instalação olímpica, o canadense Ben Hayward, que disputará o K1 Masculino, declarou em sua rede social a oportunidade de conhecer o local. “Cheguei aqui no Rio e ter a chance de testar o canal olímpico é incrível”, escreve. Para o auxiliar técnico da Equipe Brasileira todos estão satisfeitos. “Um canal excelente, a maioria dos estrangeiros estão gostando”, comenta Guille.

Com um percurso de aproximadamente 250 metros e construído com o que há de mais moderno em relação à infraestrutura, o Canal Rio promete se transformar num dos principais palcos do calendário internacional da modalidade. Suas corredeiras com 12 metros cúbicos de água por segundo darão todas as condições para que os atletas façam bonito com suas remadas.

Evento-teste da Canoagem Slalom, no Complexo Olímpico de Deodoro

Na avaliação de Guille, a pista tem duas características que ficarão marcadas. “As remontas podemos colocar em lugares excelentes e obter as melhores que o Slalom pode ter”, explica. Ele ainda tece uma comparação com o Canal Lee Valley White Water Stadium, construído para os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. “As manobras aqui serão muito mais fluídas que em Londres”.

Informações técnicas

O Brasil, por ser país-sede do Rio 2016, tem vaga garantida em todas as cinco categorias olímpicas que serão disputadas no local: K1 Masculino e Masculino, C1 Masculino e Feminino, e C2 Masculino.

O país será representado no evento pelos atletas: Pedro Henrique Gonçalves (K1 Masculino), Leonardo Curcel (C1 Masculino), Ana Sátila (K1 Feminino) e a dupla Charles Correa e Anderson Oliveira (C2 Masculino).

O Canal Rio tem 250 metros de extensão na área de competição e 90 metros na área de treinamento, além da toda a infraestrutura encontrada nos principais canais artificiais do mundo.

Como uma das diretrizes da Prefeitura do Rio de Janeiro é simplificar os equipamentos esportivos sem deixar de atender ao padrão olímpico, foi proposto que o circuito tivesse menos altura e, portanto, menor gasto de energia elétrica (necessária para impulsionar a água até o topo da instalação). Essa alteração não afetou as exigências técnicas da Federação Internacional de Canoagem e do Comitê Olímpico Internacional, que acompanharam todo o desenvolvimento do projeto. Os protótipos dos circuitos de treino e competição foram feitos pela Whitewater Parks International, responsável pelo projeto do circuito de Canoagem Slalom dos Jogos de Londres 2012. O trabalho, realizado na Universidade Técnica da República Tcheca, em Praga, levou quase três meses e reuniu uma equipe de 30 pessoas.

Plano de Legado

Após os Jogos Olímpicos, o Circuito de Canoagem Slalom – assim como a pista de BMX – fará parte do Parque Radical, que vai oferecer opções de recreação e prática esportiva, incluindo uma ciclovia. Com 500 mil metros quadrados, será a segunda maior área de lazer da cidade, atrás apenas do Parque do Flamengo. Assim, beneficiará uma região com grande concentração de população jovem e poucas opções de lazer e para a prática de esportes.

Cercado pelos bairros de Anchieta, Campo dos Afonsos, Deodoro, Guadalupe, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Parque Anchieta, Realengo, Ricardo de Albuquerque e Vila Militar, o Complexo Esportivo de Deodoro é vizinho de três municípios populosos da Região Metropolitana do Rio – Nilópolis, Nova Iguaçu e Mesquita –, que também vão aproveitar o legado que os Jogos deixarão no Parque Radical.

Mais informações: http://www.aquecerio.com/canoagem-slalom/

Fotos: Mike Dawson