Líder do Campeonato Brasileiro de Canoagem Oceânica conquista prova Rio 34.1k


A Rio 34.1, colocou um novo divisor nas provas de “paddle” no Brasil e certamente passou a ser vista pelos atletas como o “Ironman” da Canoa Havaiana, Stand Up Paddle e Paddle Board.

Esta prova envolveu conhecimento, técnica e boa escolha não só da embarcação ou prancha, mas mostrou também que para completar uma prova como esta, é necessário estar atento para outras coisas importantes em uma prova de “endurance”. Treino específico acompanhado, nutrição pré prova, nutrição e suplementação durante a prova, boa hidratação, roupas adequadas que controlem a perda de calorias e etc. O conhecimento do ambiente, o entendimento sobre correntes, ventos, ondas, vagas e etc. Saber navegar, traçar um plano, criar estratégias, ter plano A, B e C, ter entendimento sobre navegação com referências naturais e principalmente saber a hora de parar.

José Marcos Mendes Filho

Embora necessitando de ajustes e estes ajustes serão feitos já para a segunda etapa, o SPOT, localizador via satélite, não só auxiliou a segurança de água como esperávamos, como pôde entreter pessoas que acompanhavam a prova em tempo real, pelo site da competição. Alguns atletas que solicitaram ajuda utilizando o aparelho, foram atendidos como esperávamos e foi muito bacana ver outros, chegando da prova e já recebendo uma enxurrada de mensagens de parabéns, de seus amigos e parentes de todo o Brasil.

A prova largou da Praia Vermelha, pontualmente às 9 horas da manhã e dali para frente, cada atleta ou equipe pôde saborear facilidades e dificuldades imensas. Momentos de downwind, mas também de sidewind bem complicados. Momentos de calmaria e momentos de mar bastante picado, momentos de mar médio e outros de mar aberto, com vagas que passavam dos dois metros de altura.

Em um dos relatos da segurança de água, estava escrito: “não acreditamos quando vimos o atleta Jonas Letieri “dropando” três vagas oceânicas bastante grandes, seguidas, mostrando uma habilidade ímpar no surf oceânico”. A chegada recebeu seu primeiro atleta depois de três horas e três minutos de prova e o último após pouco mais de seis horas.

Atletas habituados com as condições do mar naquele dia, abandonaram a prova, o que mostra que não se trata apenas de ter grande experiência em remar, mas sim de muitos, e as vezes pequenos fatores, que vão determinar o sucesso ou o
insucesso em uma prova deste porte.

Patrícia Linger e José Marcos Mendes Filho

No Surfski o vencedor foi José Marcos (foto), atleta da cidade de Santos, com o tempo de 3 horas e 3 minutos de prova. Marquinhos como é mais conhecido veio seguido de perto pelo atleta Luiz Wagner Pecoraro, da cidade de Angra dos Reis e filho de uma
Legend no mar, a atleta Carmen Lúcia.

Na canoa havaiana OC6, as equipes que lá estiveram, apenas três, mostraram um enorme conhecimento de navegação e familiaridade com as diferentes condições de mar.

Pela manhã onde seria a chegada da prova, no canto do Recreio, as condições eram muito tranquilas, sem a presença de ondas de qualquer tamanho, porém, o que preocupou muito a organização, foi mudança deste cenário durante o dia. A maré mudou, o mar começou a subir (ondas ficando cada vez maiores) e as ondas começaram a deixar a organização sob alerta, deixando o corredor de chegada bem estreito, principalmente para que “as gigantes” OC6 chegassem com segurança.

A primeira a chegar foi a equipe masculina da Halau, comandada pelo profundo conhecedor da modalidade, o atleta Hugo, que no leme da embarcação, fez uma manobra, acompanhada por todos na areia, que mostrou o que é entender de mar. Eles passaram da praia da chegada, pegando as grandes ondas em ângulo de 45 graus, escolheram o melhor momento para retornar quase 180 graus, momento este que deve ser muito bem escolhido, para evitar uma onda ao través e após a manobra que foi rápida e eficiente, chegaram surfando e encalhando com força na areia, cobertos pelos gritos e aplausos de todas as pessoas na praia, independente de estar ou não envolvidas com a competição… Foi de arrepiar e certamente esta equipe também chegou bastante feliz, realizada, pois chegaram igualmente ao gritos, com olhos arregalados e dentes cerrados, abraçando uns aos outros com a força que não deveriam mais ter após as 3 horas e 23 minutos de remada.

Apenas 4 minutos depois, com 3 horas e 27 de prova, de maneira igualmente hábil na aproximação com ondas, chegou a equipe masculina da Praia Vermelha, tradicionalíssimo clube de Canoas Havaianas do Rio de Janeiro, ficando com a segunda
colocação na categoria.

Ainda falando de Canoas OC6, a feminina teve apenas uma representante, também do clube Praia Vermelha Va’a. As meninas na largada estavam bastante preocupadas com a chegada e com as ondas que certamente enfrentariam por lá. Após consultarem a organização, a realidade passada para elas naquele momento foi diferente da que efetivamente se apresentava no momento da chegada, isso preocupou muito o diretor de prova, já que ele pessoalmente foi quem acalmou as meninas ainda na largada.

Prevendo que a insegurança pudesse complicar a chegada desta equipe, 1 jet pilotado pelo Waterman Alemão de Maresias e mais alguns staffs da Federação de SUP do Rio, foram convocados para estarem atentos no momento da chegada. A aproximação aconteceu, o surf aconteceu, o encalhe perfeito aconteceu, provando que naquele momento, quem estava “apreensivo” era João Castro, o diretor da prova, e não elas! Parabéns “meninas” que habilidade!

Nas canoas menores, OC1, os grandes nomes e que assinaram o primeiro recorde de prova, foram os atletas Thiago Silva do Rio de Janeiro, com o tempo de 3h41m30s e Pat Linger, de São Paulo, com o tempo de 4h12m17s. Ambos experientes atletas em mar, com anos de janela e que chegaram de maneira competente.

Na V1, Carol Covas do Rio de Janeiro, do clube Rio Va’a, um exemplo de atleta, foi a campeã. A categoria V1, infelizmente, corre grande risco de ser retirada da Tríplice Coroa por falta de adesão. Não só a 34.1, formato mar aberto, mas em outras provas de boia, parece que a V1 não encontra o caminho para atrair outras competidoras e Carol tem sido a verdadeira embaixatriz da modalidade.

No masculino a prova foi vencida por Carlos José Lopes (RJ), que parece não ter encontrado ainda um adversário à altura, pois vem faturando a maior parte das provas que participa. Murilo Fonseca Leal foi o segundo colocado. O Stand Up Paddle foi a modalidade que mais inscreveu atletas na prova, sendo a maior parte do próprio Rio de Janeiro. A prova contou com as categorias revezamento masculino, feminino e misto, solo stock e solo unlimited, estas pontuando para a Triplice Coroa 2015.

O primeiro nome a cruzar a linha de chegada com o tempo de 4 horas e 14 minutos foi Marcio Adriani (RJ), da categoria Stock. Marcio ainda decidiu chegar dando um show de surf em uma das ondas, na série que entrava no mesmo momento. Na feminino, mais uma vez Lena Guimarães que vem provando ser uma das mais completas atletas no Brasil. Lena terminou a prova após 4 horas e 34 minutos seguida por Marly Pires.

Bruno Torquatro foi o primeiro colocado na Unlimited masculino e dividiu as primeiras colocações com Fábio Valongo (2º), Jaime Rocha (3º) e André Alexandre Rose (4º). . Na Unlimited 40+, Mauricio Thompson ficou foi o 1º, seguido por Bob
Araújo (2º) e Marco Antonio Peixoto (3º). No Revezamento Masculino venceram a prova a dupla formada por Antonio Chaer e José Vitor Martins. No feminino a eterna “maior surfista da história do Brasil”, Andrea Lopes, fazendo dupla com a amiga Adriana Chamoun, foi que faturou a 34.1. A dupla mista o troféu será dividido em família, com a dupla formada por Ariani Theophilo e Luiz Claudio Theophilo.

A Ecooutdoor Sports Business agradece a FESUPRJ, seu presidente Rogério Scaldini e todos os seus membros, pois de maneira ímpar e igualitária, se entregaram e trabalharam voluntariamente no evento, para todas as modalidades, sem distinção. Tomamos aqui, a liberdade de agradecer em nome dos atletas da canoa havaiana e do surfski, certos de que são todas modalidades irmãs.

O resultado extraoficial pode ser visto clicando aqui e alguns casos seguem sob averiguação, principalmente de atletas que deveriam estar com barco de apoio e não apresentaram este suporte obrigatório em regulamento. Agradecemos as marcas apoiadoras e investidoras que viabilizaram a realização e acreditaram no projeto Tríplice Coroa 2015, acreditaram na idéia, mesmo sem nenhum histórico.

A segunda etapa, acontece dia 16 de agosto, na Volta as Ilhas Cagarras, uma prova bem menor, mais uma vez no cartão postal do Brasil e onde estamos certos que receberemos um grande número de competidores.

Por Ecooutdoor