Polêmico, canal olímpico da canoagem slalom será sede do Mundial de 2018


Federação Internacional confirma Rio de Janeiro como palco do evento, e mandatário do esporte no Brasil comemora: “É o trabalho sendo feito, e é só o começo de tudo”

Ainda pouco divulgada no Brasil, a canoagem slalom foi destaque no noticiário do mês passado por conta de uma polêmica. O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes disse que a obra do canal para a modalidade é um ônus para as Olimpíadas. Nesta segunda-feira, a Federação Internacional de Canoagem oficializou a capital fluminense como sede do Mundial de 2018. O presidente da Confederação Brasileira (CBCa), João Tomasini, fugiu de qualquer discussão com o prefeito e comemorou a indicação:

– Não é uma resposta para o prefeito, nem nada. Não quero ficar discutindo isso pela imprensa. O trabalho está sendo feito, e é só o começo. A Federação Internacional sempre busca o legado olímpico e a prova disso é que Londres será palco de uma das seletivas para as Olimpíadas de 2016 – disse.

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Se dentro da água o Brasil ainda não é uma potência na canoagem slalom, fora dela, o país vem se tornando cada vez mais presente no cenário internacional. Em 1997, a cidade de Três Coroas, no Rio Grande do Sul, foi palco do Mundial. Dez ano depois, Foz do Iguaçu sediou o evento.

A previsão é que o canal do Rio de Janeiro fique pronto em setembro, já que o evento-teste será em novembro. O presidente da Confederação Brasileira está confiante no legado do local:

– Queremos ser exemplos. Queremos um legado esportivo, turístico e para a comunidade – disse.

Uma das apostas está na união da canoagem slalom com outra modalidade. O caiaque polo é um esporte que mistura o polo aquático com a canoagem. São dois times de cinco jogadores, que atuam com embarcações. O objetivo é marcar gols no adversário. A modalidade não é disputada em Jogos Olímpicos, mas tem Campeonatos Mundiais disputados a cada dois anos. O presidente explica como a junção das duas modalidades, ajudará no legado do canal carioca:

– A gente quer fazer um projeto de caiaque polo na região, modalidade que não é olímpica. A gente quer que a garotada faça parte para conhecer a canoagem. Aí, alguns atletas podem migrar para a canoagem slalom. Isso é possível e tem vários exemplos disso – falou Tomasini.

O estádio de canoagem slalom dos Jogos de 2016 faz parte do Parque Radical de Deodoro, ao lado das pistas de BMX e mountain bike. Consiste em simular a correnteza de um rio. Quatro bombas vão captar 26.000m³ de água, volume equivalente a sete piscinas olímpicas. Obstáculos artificiais serão distribuídos pelos canais para simular pedras encontradas em corredeiras naturais, criar ondas, piscinas e redemoinhos por onde os atletas terão que passar em um percurso determinado, de cima para baixo

Atualmente, a principal estrela da canoagem slalom do Brasil é Ana Sátila, atual campeã mundial júnior e 11ª colocada no Mundial adulto de 2014. A seleção brasileira treina no canal de Itaipu, em Foz do Iguaçu, com o técnico italiano Ettore Evaldi.

Por GloboEsporte.com