Biamputada, Tamara Oliveira busca vaga para o Mundial de Va’a neste fim de semana no Rio


A carioca Tamara Oliveira, de 20 anos, é um exemplo de superação

Tamara OliveiraEla perdeu as pernas aos 5 anos de idade, atropelada na calçada quando brincava com um primo, acompanhada da mãe. Mas soube reverter todo o sofrimento em medalhas. Campeã mundial de paracanoagem Va’a, em 2012, no Canadá, e bronze no Mundial de Canoagem de Velocidade, na Alemanha, em 2013, a atleta quer agora brilhar nas competições em casa. Criada no bairro do Cachambi, subúrbio do Rio de Janeiro, Tamara é um dos destaques da Seletiva Brasil para o Campeonato Mundial de Va’a, neste sábado (31/5) e domingo, a partir das 9h30, na Lagoa Rodrigo de Freitas, com largada e chegada em frente ao Espaço Lagoon Gourmet (Avenida Borges de Medeiros, 1.424).

Se confirmar a vaga na Seletiva, na qual disputará as provas de V1 (individual) e V6 (canoa para seis competidores), Tamara terá pela frente o Mundial de Va’a, de 12 a 17 de agosto, no mesmo local. E, em 2016, poderá brigar por uma medalha paraolímpica na raia da Lagoa Rodrigo de Freitas, já que a modalidade fará sua estreia nos Jogos Paraolímpicos do Rio. A Seletiva Brasil tem entrada franca e é patrocinada pelo BNDES, com apoio da Unimed do Brasil e Seguros Unimed.

“Tenho ficado concentrada com a seleção brasileira em São Paulo, mas voltei para o Rio para me preparar especificamente para a Seletiva. Competir em casa é sempre muito bacana por conta do apoio da torcida e de nossos familiares. Acredito em um bom resultado”, diz Tamara, que é casada e está cursando o segundo ano do Ensino Médio, com o objetivo de fazer faculdade de Medicina.

Apesar de ser uma canoísta, Tamara não sabe nadar. “Vou começar a fazer natação lá em São Paulo. Faço as provas de colete e esqueço qualquer medo no momento das disputas, na briga por medalhas. A canoa vira com facilidade e é preciso manter o equilíbrio”, conta Tamara, que divide seu tempo entre os estudos, os treinamentos e a rotina com o marido Luiz Henrique. “Dá tempo para tudo. É só saber dividir”, ensina a integrante do clube Rio Va’a.

Outro destaque na Seletiva Brasil é o Campeão mundial de Va’a (Alemanha/2013) Caio Ribeiro, de 28 anos, também natural do Rio de Janeiro. Caio acredita que competir em casa aumenta a responsabilidade do atleta. “Ao mesmo tempo em que quero ver todo mundo lá torcendo por mim, sei que vou ficar mais nervoso antes de começar a prova”, comenta.

A Seletiva Brasil reunirá 270 competidores, entre atletas convencionais e paraolímpicos, de seis estados (Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo), além do Distrito Federal,. As disputas serão realizadas em três tipos de canoas: V1 (individual), V6 (seis competidores) e V12 (12 competidores). Atualmente existem mais de 26 clubes de Va´a espalhados pelo país. O Va’a ou Canoa Polinésia tem as suas origens na Polinésia (Taiti, Havaí, Nova Zelândia, Ilha de Páscoa), onde a modalidade é tão popular quanto o futebol no Brasil.

Seletiva Brasil de Va’a

Dias 31 de maio (disputas individuais) e 1º de junho (disputas de V6 e V12), partir das 9h30.

Espaço Lagoon (Avenida Borges de Medeiros, 1.424, Rio de Janeiro).

Entrada franca

Sobre o BNDES – Fundado em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal, é o principal instrumento de longo prazo para financiar investimentos em todos os segmentos da economia. O BNDES apoia a agricultura, indústria, infraestrutura e comércio e serviços, oferecendo condições especiais para micro, pequenas e médias empresas. O Banco também financia investimentos sociais em educação, saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. O apoio do BNDES se dá por meio de financiamentos, participações em empresas e apoios não reembolsáveis a projetos sociais, culturais e tecnológicos.

Como patrocinador oficial da canoagem brasileira desde 2011, o BNDES apoia a modalidade por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Desde 2012, o Banco reúne uma carteira com nove operações, no valor total de R$ 17 milhões, dos quais R$ 14 milhões já foram desembolsados.

Crédito da Foto: Divulgação/Rio Va´a
Crédito do texto: Atitude no Esporte