Brasil ganha três medalhas de ouro neste sábado no Mundial de Va’a


O Brasil conquistou três medalhas de ouro neste sábado (dia 16), penúltimo dia de competições do Campeonato Mundial de Va´a, que está sendo disputado na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

unnamed-1Nas provas do período da tarde, dois atletas do parava´a sagraram-se campeões: o piauiense Luis Carlos Cardoso, na V1 200m A masculino, que repetiu o título conquistado semana passada no Campeonato Mundial de Canoagem e Paracanoagem, em Moscou, na Rússia; e a mato-grossense do sul Débora Benivides, na V1 200m LTA feminino. Por equipes, entre os atletas convencionais, o Brasil venceu na prova de V6 500m master feminino. O Taiti, até o início da tarde, liderava o quadro de medalhas do Mundial, com 16 de ouro.

“Foi uma emoção muito grande. Estamos treinando há seis meses juntas, de três a quatro vezes por semana. Somos de duas equipes diferentes (Matero e Team Brazil), então tivemos de nos superar”, contou Flavia Thomé, que disputou a prova com Katia Marques, Carla Falleiros, Marcia Regina Bufano, Fran Matos, e Patricia Linger.

Segundo Carla, a equipe se superou quando passou pela seletiva para o Mundial na terceira posição. “Achávamos que não tínhamos chance. Quando passamos, ganhamos ainda mais motivação, pois sabíamos que enfrentaríamos Havaí, Taiti, Nova Zelândia… Acreditamos e, com muita humildade, chegamos lá”, afirmou.

A conquista no Mundial faz o grupo traçar novos planos para o futuro. A próxima competição em vista é o Sul-Americano de Va’a, que acontecerá em novembro, na Ilha de Páscoa.

“Nós conhecemos e nos apaixonamos pelo Va’a. Agora, estamos levando a sério. Queremos buscar ainda mais”, concluiu Flavia.

SUPERAÇÃO APÓS DESCLASSIFICAÇÃO

Debora Benivides teve de se superar para faturar o ouro na V1 200m LTA (atletas com movimento de pernas, tronco e braços). Pouco antes, ela havia cruzado em segundo lugar na V1 200m TA (movimento de tronco e braços), mas foi desclassificada por queimar a largada. O fato poderia abalar a canoísta, mas acabou dando ainda mais força para a prova seguinte.

“Quando soube da desclassificação, prometi a mim mesma que venceria. Nessas horas, é preciso muito foco e força. A adrenalina ajudou também, mas não há limites para mim”, comemorou.

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ATLETA CEGA É DESTAQUE NO MUNDIAL

Única atleta cega a competir no Campeonato Mundial de Vá´a do Rio, a carioca Maria Vilella de Souza Ferreira, de 30 anos, já garantiu duas medalhas para o país na competição nas provas de parava´a: o ouro no V12 500m mista e o bronze no V6 500m mista. Neste domingo (dia 17), ela voltará a competir por equipes no V6 1000m mista.

“Já disputei competições individuais de Va´a, mas esse não é o meu foco”, conta Maria, que começou a praticar canoagem há um ano e meio. “Troquei as competições de natação pela canoagem”, diz a atleta, que, mesmo com pouco tempo no esporte, já tem também um título sul-americano conquistado ano passado, no Peru, na prova de V1 3000m.

Maria não sabe ao certo se é a única atleta do mundo a competir individualmente no Va´a, mas também não está preocupada com o possível ineditismo de sua iniciativa na modalidade. “Posso ser, sim, a primeira a competir nas disputas individuais. Não sei… Mas já ouvi falar de três canadenses que praticam Va´a em provas por equipes”, acrescenta Maria, funcionária pública, cega desde o seu nascimento.

MEDALHAS DO BRASIL (ATÉ SÁBADO)

OURO
V12 sênior master masculino
Para Va’a V12 500m misto
V1 200m LTA feminino (Debora Benivides)
V6 500m master feminino
V1 200m A masculino (Luis Carlos Cardoso)

PRATA
V12 500m open masculino
V12 Junior 16 500m masculino
V12 500m open feminino
V1 200m TA (Luis Carlos Cardoso)
V1 200m LTA feminino (Roberta Moura de Souza Silva)
V6 500m open masculino
V1 200m LTA masculino (Caio Ribeiro de Carvalho)
V6 500m sênior master masculino
V1 200m A masculino (Luciano Fachini)
Para Va’a V6 500m misto

BRONZE
V12 master 500m masculino
V6 500m masculino
V1 200m LTA masculino (Guilherme Borrajo)
Para Va’a V6 500m misto