Buscando novos “Isaquias Queiroz” no Norte do Brasil


Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia abraça causa da valorização e reconhecimento da Canoagem Tradicional

Depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016, competição que o baiano Isaquias Queiroz encantou todo o Brasil conquistando três medalhas, foi que o Brasil descobriu a canoagem e assim o esporte ganhou fama e notoriedade. Contudo, de onde saiu um fenômeno como Isaquias outros também podem ser descobertos, como por exemplo o imenso potencial do Brasil para a canoagem.

Há centenas de anos enraizada na cultura brasileira, principalmente no Norte do país, a canoagem faz parte do dia-a-dia de inúmeras comunidades ribeirinhas. Conhecedor como poucos desses povos e profundo incentivador da canoagem na região o presidente da Federação de Canoagem do Estado do Pará, Evaldo Malato, conseguia cinco anos atrás tornar a modalidade Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará, em projeto que recebeu pareceres favoráveis das comissões de Constituição e Justiça e de Educação.

A Canoagem Tradicional, também inserida na Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), é uma modalidade que veem crescendo e ganhando forte e reconhecimento no Norte do Brasil. “Depois de tornar a modalidade patrimônio cultural nós lutamos há vários anos em colocar a Canoagem Tradicional na grade curricular das escolas de toda as comunidades ribeirinhas da região”, explicou Malato.

A luta em tornar a Canoagem Tradicional um esporte com reconhecimento nacional começou há quase duas décadas atrás com Evaldo Malato, principal entusiasta e difusor da modalidade no Brasil. “Nossa luta é transformar o imenso potencial da canoagem na região norte em atletas de alta performance. Queremos descobrir aqui também novos Isaquias (medalhista olímpico brasileiro)”, argumentou Malato.

Ganhando aliados

Recentemente a luta ganhou mais um aliado: a Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM), que por meio da direção de Gessivaldo Ferreira, Helena Baptista e Toy Quaresma já trabalham e desenvolvem na instituição cursos de formação de profissionais para atuação em projetos de implantação da Canoagem Tradicional na região.

Segundo o diretor-geral da FAM, Gessivaldo Ferreira, a intenção é tornar a FAM a primeira instituição de ensino da região Amazônica com esse tipo de trabalho. “Queremos aproveitar esse potencial da canoagem na região tornando-a uma disciplina curricular, mantendo uma equipe gestora e oferecendo a canoagem como uma opção pedagógica de ensino na região”, ressaltou.

A iniciativa agora busca localidades para a implantação e desenvolvimento da Canoagem Tradicional como forma de inclusão social e profissional da população da região. “A Canoagem Tradicional tem suas origens nos povos ribeirinhos que utilizam canoas há centenas de anos na região. O que buscamos e advogamos é a luta pelo reconhecimento e valorização dessa modalidade que desde o descobrimento do nosso Brasil é praticada. Sonhamos com o dia que tornaremos o Norte o maior celeiro de canoístas do país”, finalizou Malato.