Canoagem Slalom consegue total aproveitamento nos Jogos Pan-americanos


Ana Sátila garantiu um ouro e foram conquistados mais três pratas e um bronze

A Canoagem Slalom do Brasil conquistou pódio nas cinco categorias disputadas. O saldo foi de um ouro pelo C1 Feminino e uma prata no K1 Feminino com Ana Sátila, outras duas pratas uma delas com Pedro Gonçalves (K1 Masculino) e outra com Charles Corrêa e Anderson Oliveira (C2 Masculino). A medalha de bronze coube a Felipe Borges no C1 Masculino, totalizando um aproveitamento de 100% das disputas realizadas.

Pepe Goncalves

No K1 Feminino a disputa foi acirrada, Ana Sátila ganhou a prata, mas perdeu apenas por pouco a medalha dourada. Ela ficou há dois centésimos de segundo (97.94s) atrás da primeira colocada a canadense Jazmyne Denhollander (97.92s). Outra concorrente que surpreendeu a brasileira foi a americana Ashley Nee, a diferença entre as duas foi de um centésimo, fechando com um tempo de 97.95 segundos e ficando com o bronze.

Competindo pelo C1 Feminino, Ana Sátila desbancou as concorrentes e fez o tempo de 113.01 segundos, 18.42 a menos que a medalhista de prata a americana Collen Hickey. “Essa experiência em Toronto foi incrível, e vou levar o que eu aprendi aqui para os Jogos Olímpicos no ano que vem”, comenta a canoísta.

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A atleta também avaliou as adversidades da pista realizada em um leito natural de um rio, comum em alguns locais para a prática da Canoagem Slalom. “Fiquei impressionada com a pista, que era muito rápida. É diferente de uma corredeira artificial. Mas estou muito feliz com a vitória”.

Natural de Iturama em Minas Gerais, com três anos mudou com sua família para Primavera do Leste no Mato Grosso onde começou a praticar esportes, por incentivo do pai, Cláudio Vargas, iniciou a prática esportiva com a natação e conseguiu vencer várias competições. Com apenas nove anos ela descobriu a Canoagem Slalom e três anos depois já foi campeã brasileira sênior pelo K1 Feminino em Três Coroas no Rio Grande do Sul. “Ela é muito determinada e muito especial, ela tem um espirito de líder” comenta o Pai.

Já Pedro Henrique Gonçalves fez o melhor tempo no K1 Masculino, mas por causa de uma penalidade, o atleta terminou a prova em 89.02s atrás do americano Michal Smolen com 87.14 e conquistou a medalha de prata. “Eu estou muito contente com a minha descida na final, fiz o meu máximo. Fiz o que eu pude, fui o mais rápido, mas houve um penalidade (tirando dois segundos na descida), mas quero comemorar esta prata”, comenta o canoísta.

Conhecido por amigos e colegas como “Pepe” o jovem nascido em Piraju, São Paulo, apostou tudo no esporte. Com apenas 16 anos foi treinar em Foz do Iguaçu e ingressou na Equipe Permanente, a irmã Ana Carolina Gonçalves lembra que seu irmão sempre foi um lutador. “Eu o amo, ele é ser humano humilde, dedicado, carinhoso, muito corajoso e honesto, adjetivo que considero o mais importante”.

Outra medalha de prata foi obtida pela dupla Charles Corrêa e Anderson Oliveira no C2 Masculino, eles terminaram a prova com 109.73 segundos. Os americanos Devin Mcewan e Casey Eichefeld levaram o ouro com 106.95 segundos, já o bronze ficou para os argentinos Sebástian e Lucas Rossi.

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Pelo C1 Masculino, Felipe Borges conquistou a primeira medalha do dia para a Canoagem Slalom, com o tempo de 98.41 segundos ele garantiu um bronze, superando o argentino Sebástian Rossi que tinha ficado a frente do brasileiro nas classificatórias e na semifinal. “Isso demonstra que todo o nosso trabalho e a estrutura que estamos tendo dão resultados, não tenho dúvida que nos Jogos Olímpicos em 2016 vamos buscar resultados muito bons” fala o atleta. A medalha de ouro na disputa ficou para o americano Casey Eichefeld com o tempo de 92.80s já a prata foi para o canadense Cameron Smedley (94.09s)

Praticando o esporte há 10 anos, o pai Auri Borges da Silva conta que Felipe era empolgado para ir remar, “eu já imaginava que ele ia longe, ele levantava com muita vontade podia estar frio ou calor ele estava sempre disposto” fala seu Auri com muito orgulho do filho. Natural de Foz do Iguaçu no Paraná ingressou na Canoagem Slalom graças ao Projeto Social Meninos do Lago que inclui mais de 100 jovens e adolescentes de sua cidade natal, atualmente é considerada a melhor escola do esporte no Brasil e também com a melhor estrutura de treinamento da América Latina, os treinos são realizados no Canal Artificial Itaipu.

O Brasil ficou em segundo lugar no ranking de medalhas na Canoagem Slalom, em primeiro colocado ficou os Estados Unidos e na terceira colocação os anfitriões, o Canadá.

A Canoagem Brasileira se consagra como uma das maiores forças esportivas no Pan-americano, ao todo foram conquistadas três medalhas de ouro, seis medalhas de prata e cinco medalhas de bronze nas modalidades de Canoagem de Velocidade e Canoagem Slalom.

Para João Tomasini Shwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, isso tudo é fruto de um longo caminho que iniciou há mais de uma década. “Tivemos várias fases importantes, em 2001 com a Lei 10.264 a também chamada Lei Agnelo/Piva que proporcionou um avanço na captação de recursos e que estruturou as entidades. Na Canoagem Slalom em específico houve um divisor de águas com o Canal Itaipu, em 2006, uma das melhores estruturas do mundo para a prática deste esporte e propiciou uma preparação de excelência para os atletas. Mais tarde em 2012, com a chegada do importante patrocinador o BNDES, através da Lei de Incentivo ao Esporte e do Ministério do Esporte que sempre nos ajudou com os equipamentos necessários, e do Comitê Olímpico Brasileiro, no apoio as viagens. Agora em 2015, contamos com a entrada de mais um importante patrocinador, a General Eletric – GE. Nenhum é menos importante que os outros, todos formam uma orquestra que ajudou a construir esses resultados”.

por CBCa