Canoagem Slalom do Brasil faz história em Foz do Iguaçu


Canoístas brasileiros encerram Mundial de Canoagem Slalom com a conquista de quatro medalhas

O Brasil mostrou que está no caminho certo no desenvolvimento da Canoagem Slalom no país com a conquista neste domingo (26) de mais duas medalhas (prata e bronze) no Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Junior & Sub-23 2015, evento que reuniu os melhores atletas da nova geração mundial da modalidade. No sábado (25) os canoístas brasileiros já haviam garantido dois bronzes na competição, resultados históricos para a Canoagem Brasileira.

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Na primeira prova deste domingo a jovem Ana Sátila, representante do Brasil nos Jogos Olímpicos Londres 2012 e principal esperança de medalha na modalidade ano que vem no Rio de Janeiro, conquistou o vice-campeonato mundial no K1 Feminino Sub-23 logo em sua estreia na categoria com o tempo de 96.66 segundos. Ano passado, na Austrália, Ana havia se consagrado campeã mundial na categoria Junior. O ouro na prova ficou com a agora tricampeã mundial, a australiana Jessica Fox (93.52) e o bronze com a austríaca Lisa Leitner (98.52).

Ana disse que estava confiante em sua descida, mas mesmo cometendo alguns erros ela acredita que poderia ter sido ainda melhor. “Foi o suficiente para o pódio e era isso que estava esperando. Ganhar uma medalha dentro de casa é diferente. Foi o momento mais marcante de minha carreira. Eu sou uma nova atleta depois deste campeonato, sei que posso ir além do que esperava, estou muito feliz com a descida, isso me motiva”.

A brasileira também ressalta a importância de subir ao pódio junto com a australiana Jessica Fox, um fenômeno do esporte em todo o mundo. “Ela é realmente incrível, tem toda uma história na canoagem e dividir o pódio com ela e com tão poucos segundos de diferença foi emocionante. Foi uma conquista inédita na minha carreira e estou muito feliz”, comemorou.

Logo após a conquista de Ana Sátila veio mais uma medalha para o Brasil. Charles Correa e Anderson Oliveira garantiram o bronze no C2 Masculino Sub-23 com o tempo de 102.84 segundos, em prova que o ouro ficou com a Polônia (100.78) e a prata com a Eslováquia (100.97). Ainda na final Felipe da Silva e Fabio Rodrigues terminaram na 5a colocação (111.13) e Pedro Aversa e Rafael de Souza em 7o (116.51).

Anderson disse que o objetivo era o ouro, mas que o resultado foi muito importante para eles. “A gente busca sempre o primeiro lugar, mas a equipe da Polônia é muito forte. No fim, foi um excelente resultado, nossa primeira medalha em Campeonatos Mundiais”. Para Charles é resultado do trabalho em conjunto. “A Canoagem Brasileira está crescendo muito. Esta medalha representa o reconhecimento de todo nosso esforço e das pessoas que nos apoiaram”, ressaltou.

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De acordo com o técnico da equipe brasileira, Ettore Ivaldi, os resultados foram muito bons, contudo ele ressalta que o nível de organização e profissionalismo foi algo para ser muito comemorado.

“Muitos treinadores ficaram impressionados com a estrutura, a organização do evento e o crescimento da Canoagem Slalom no país. Foi um excelente Mundial para nós. Acho que o trabalho foi feito, conseguimos mostrar resultados, mas não podemos parar. Amanhã estaremos aqui e vamos trabalhar, trabalhar, pois temos atletas de valor, temos estrutura e excelentes patrocinadores. Agora o objetivo é claríssimo. Vamos nos preparar para os Jogos Pan-Americanos em Toronto, para Mundial Sênior em Londres, sempre com vistas ao Rio 2016”, afirmou.

Mais finais deste domingo

No K1 Feminino Junior o ouro ficou com a eslovaca Michaela Hassova (99.53), a prata com a alemã Elena Apel (100.13) e o bronze com a francesa Camille Prigent (102.04). Já no C2 Masculino Junior os franceses garantiram o 1o lugar (108.25), seguidos por tchecos (109.64) e alemães (111.55). Os brasileiros Maicon de Borba e Carlos Moraes terminaram na 5a posição (114.21) e os irmãos Weltton e Wallan de Carvalho em 10o (167.14).

Nas provas por equipes o Brasil conquistou a 9a colocação do K1 Feminino Sub-23 com Ana Sátila, Omira Estacia Neta e Marina Costa. O ouro ficou com a Áustria (119.21), a prata com a Austrália (121.03) e o bronze com a República Tcheca (122.13). No K1 Feminino Junior por Equipes as canoístas brasileiras Nathalia Marangoni, Maryane dos Santos e Beatriz da Motta ficaram em 6o lugar em prova que teve a República Tcheca campeã (118.35), Alemanha vice (123.93) e Espanha em terceiro (127.08).

Presidente destaca crescimento da Canoagem Brasileira

O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini Schwertner, era uma das pessoas mais contentes do evento e falou sobre o crescimento e desenvolvimento da Canoagem Brasileira.

“Mais feliz impossível. É resultado do trabalho e do apoio dos nossos patrocinadores, GE, Itaipu e BNDES, Ministério dos Esportes e Comitê Olímpico do Brasil. Não dá para expressar a alegria de um dirigente que luta por isso por tanto tempo chegar num Mundial em casa, com excelente organização e muitas conquistas. O comitê organizador está de parabéns, Itaipu e toda Federação Paranaense. E os atletas muito mais, quer dizer, sair deste Mundial com este número de medalhas é maravilhoso para canoagem. Nós vamos longe”.

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Tomasini também destacou a parceria com a Itaipu Binacional desde 2006 para a realização do Mundial Sênior de Canoagem Slalom 2007 e sobre o futuro do esporte no país. “A parceria nasceu em 2006 para o Mundial, mas paralelamente a CBCa com a Federação Paranaense começou a montar o projeto Meninos do Lago. Este projeto foi buscar as crianças das escolas municipais no entorno da Itaipu proporcionando a elas um esporte. É um trabalho que rende frutos e mostra ao Brasil que um trabalho sério, com continuidade, mesmo numa modalidade considerada difícil, rende frutos”.

O futuro da Canoagem Brasileira é muito promissor, principalmente agora com dois canais artificiais dentro do país: o Canal Itaipu, em Foz do Iguaçu e o Canal Rio, sendo construído para o Rio 2016. “Temos certeza que a Canoagem Brasileira fará um bom papel no Rio 2016. Em 2020 e 2024 podem esperar, o Brasil veio para ficar no topo da canoagem mundial. E um detalhe que não podemos esquecer: na Paracanoagem o Brasil vai mostrar sua força nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro”, concluiu.

O evento foi patrocinado pelos apoiadores da Canoagem Brasileira, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Itaipu Binacional, GE e Ministério do Esporte através da Lei de Incentivo ao Esporte, e contou com a realização da Federação Internacional de Canoagem, Confederação Brasileira de Canoagem e Federação Paranaense de Canoagem.