Como a inteligência artificial já está no mundo dos navios


Cenário é projetado para a indústria marítima já em 2020, com navios ou barcos de carga cruzando o oceano sem tripulação

Foto de geralt >>> Pixabay License

Da mesma maneira em que carros e caminhões sem motoristas deverão trazer grandes transformações para o futuro da indústria automobilística, o mesmo cenário é projetado para a indústria marítima já em 2020, com navios ou barcos de carga cruzando o oceano sem tripulação.

De acordo com um estudo global da CB Insights, muitas startups e governos estão de olho nos potenciais de investimento em veículos marítimos e barcos de carga autônomos — com o potencial de movimentar o setor marítimo economicamente no futuro, reduzindo custos e melhorando a questão de segurança.

Navio autônomo cruzará Atlântico Norte em 2020

A Universidade de Birmingham (Inglaterra) e a empresa britânica ProMare estão desenvolvendo em parceria um navio totalmente autônomo. O nome da embarcação é Mayflower e sua previsão de lançamento é para setembro de 2020.

Ele sairá da cidade de Plymouth, na Inglaterra, para o Estados Unidos e sua missão será analisar pequenos pedaços de plástico que poluem as águas do Atlântico Norte — problema que tem causado incalculáveis danos ao ecossistema.

O navio será guiado por um equipamento de inteligência artificial que contará com uma rica de bases de dados de navios que fizeram o mesmo trajeto nos últimos anos. Além disso, o tempo previsto para a conclusão do trajeto é duas semanas.

A embarcação tomará suas próprias decisões sobre seu curso e até fará chamadas telefônicas via satélite de volta à base, se considerar necessário. Além de contar com tecnologia de sensores apurada, o Mayflower funcionará sob energia solar e eólica — também terá um gerador de emergência a diesel para situações emergenciais.

Yara Birkeland: o primeiro navio 100% elétrico e autônomo do mundo

Desenvolvido em conjunto pelas empresas Yara e Kongsberg, o navio Yara Birkeland é um navio autônomo de contêineres com nenhuma emissão de gases. De acordo com estudos prévios realizados pelas empresas envolvidas no projeto, a embarcação Yara Birkeland terá o potencial de reduzir o transporte de caminhões movidos a diesel em aproximadamente 40.000 viagens por ano na Noruega, reduzindo drasticamente as emissões de gases poluentes ocasionadas pelo combustível.

É importante destacar que os primeiros testes com o navio estão sendo feitos com tripulação e a previsão para iniciar as operações autônomas na embarcação é para 2020. A navegação e as operações autônomas do navio serão suportadas por distintos sensores de proximidade: um dispositivo de detecção e alcance de luz, um sistema de identificação automática e um sistema de imagem e uma câmera infravermelha, entre outros.

Primeiro navio 100% elétrico do mundo, o YARA Birkeland conta com sistemas de controle de acionamento elétrico, bateria e propulsão. A embarcação autônoma atuará entre três portos no Sul da Noruega e com grande estrutura para operação.

Três centros de diferentes perfis operacionais estão planejados para trabalhar com as operações do YARA Birkeland. Esses centros terão o trabalho de cuidar de aspectos envolvendo eventuais emergências, monitoramento de condições climáticas, monitoramento operacional, suporte a decisões e vigilância do navio autônomo.

A inteligência artificial também ganha força em outros segmentos

O uso da inteligência artificial também se faz presente em outros setores em expansão. Um exemplo é o poker, esporte da mente que tem como princípio a estratégia e suas diversas táticas. Em 2017, uma máquina de inteligência artificial chamada Libratus derrotou quatro profissionais conceituados no poker em duelos na modalidade Limit Texas Hold’em, uma das variações do popular Texas Hold’em.

A máquina foi desenvolvida por Tuomas Sandholm, professor de Ciências da Computação na Carnegie Mellong University, Pensilvânia (Estados Unidos). Por ser baseado em informações incompletas, o algoritmo de tomada de decisões do Libratus também está sendo utilizado na área de estratégia militar, por exemplo.

Por fim, pesquisadores da Universidade de Waterloo (Canadá) elaboraram um mecanismo de inteligência artificial que detecta problemas encontrados nas rodovias e ruas canadenses, de modo eficiente e com baixo custo para operação.

A ideia dos pesquisadores e engenheiros canadenses para os próximos anos é levar a ferramenta de inteligência artificial desenvolvida em Waterloo para avaliar estruturas de prédios, pontes e outras construções que necessitam de acompanhamento periódico próximo.