Como um app mudou os treinos de canoagem para as Olimpíadas


O objetivo da equipe brasileira é chegar às finais das Olimpíadas do Rio com a ajuda do app produzido pela GE do Brasil.

Por Marina Demartini, de EXAME.com
Erlon de Souza

Erlon de Souza

A equipe de canoagem do Brasil ganhou um reforço que promete ajudar os atletas a conquistarem resultados inéditos nas Olimpíadas do Rio. Desde maio deste ano, um software coleta dados dos treinos e analisa o desempenho dos atletas em tempo real. Pode não parecer, mas isso facilita (e muito) a vida dos técnicos.

“Antes, eu precisava escrever todas as informações em uma prancheta e passá-las para uma planilha no Excel. Agora, eu posso ver tudo na hora e adaptar o treinamento dos atletas de forma mais eficaz”, conta Rui Fernandes, técnico da equipe de canoagem em Curitiba, em entrevista a EXAME.com.

Em desenvolvimento pela GE há mais de um ano, o aplicativo utiliza os sensores de um smartphone instalado no centro da embarcação para coletar dados. Com o giroscópio, o acelerômetro, o magnetômetro e o GPS do dispositivo, ele detecta a localização, a velocidade e a direção do barco em tempo real. Além disso, ele também consegue medir a frequência e a intensidade de cada remada.

Segundo Marcelo Blois, líder da área de Software & Analytics do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, a empresa queria inicialmente colocar sensores mais elaborados nas embarcações. “Porém, para utilizá-los, a confederação brasileira de canoagem precisaria contratar especialistas. Por isso, decidimos utilizar um smartphone, que já faz detecções rápidas, de 100 pontos de dados por segundo”, explica.

Depois que o aplicativo capta todas as informações, ele as transmite via Wi-Fi para um sistema central armazenado na nuvem que opera sobre a plataforma de internet industrial da GE. Nele, os dados são cruzados automaticamente, formando uma análise completa do treino, que pode ser acessada pelo técnico a partir de um tablet.

Fernandes conta que a rotina de treinos não mudou. Entretanto, a tecnologia auxiliou no desenvolvimento dos atletas, já que eles conseguem ver os resultados com mais rapidez.

Segundo o técnico, o próximo passo é utilizar o software nas competições. “Assim, podemos ver a evolução dos atletas quando estão dando o seu máximo”. Contudo, isso pode demorar, pois é preciso a autorização do órgão internacional de canoagem.

A equipe brasileira de velocidade terá seis representantes nos Jogos Olímpicos. Já o time de canoagem slalom brasileiro garantiu cinco vagas na competição. De acordo com Fernandes, o objetivo dos atletas é chegar às finais de cada categoria.