Alexandre Socci é um dos principais fotógrafos brasileiros que dedica sua arte à cobertura de eventos esportivos e esportes radicais. A sua paixão pela fotografia, natureza e a habilidade de acompanhar expedições em lugares de difícil acesso permitiram que seu trabalho fosse reconhecido mundialmente.
Convido a todos nessa quinta feira 29/08/13 das 19:00 as 22:00 para um bate-papo no café da Fnac da Av. Paulista, nº 901 sobre algumas de minhas fotos expostas por lá.
A exposição ficara no local até o dia 20/09/13
Obrigado
Em uma entrevista exclusiva à Fnac, Socci conta um pouco de sua trajetória, assim como as aventuras e experiências fantásticas em terras desconhecidas.
Como começou sua história com a fotografia?
A paixão por fotografia surgiu na minha vida em 2003 quando fui viver na Nova Zelândia e tive o primeiro contato com esportes outdoor, como rafting, Canyoning, out-rigger e buggy-jump. Nessa mesma época, conheci lá profissionais que cobriam esses esportes e percebi que poderia unir três paixões em um mesmo trabalho: o contato permanente com a natureza, os esportes radicais e a fotografia.
Na Nova Zelândia, estudei com ótimos fotógrafos que trabalhavam nessa área, voltei ao Brasil em 2005 para acompanhar a equipe de um amigo por quinze dias, no sul do Brasil, em uma prova de expedição chamada Ecomotion Pro. Fiz minha primeira cobertura fotográfica e me apaixonei definitivamente.
Hoje, quase 10 anos depois, junto com Murilo Mattos – meu sócio- fundamos o Grupo Green’s, empresa que reúne diversos fotógrafos que atuam em ramos que vão dos ensaios de moda ao esporte extremo!
Com certeza você gosta de esportes de aventura. Fotografar esses momentos esportivos e radicais foi um caminho “natural” na sua carreira?
Sim, na verdade não me imaginava fazendo outro tipo e fotografia se não ligada ao universo outdoor, mas foi um esforço muito grande unir o útil ao agradável. No caso da fotografia profissional e esportes radicais no Brasil veio muito devido a nossa cultura em esportes como Futebol, Volei, Tenis e F1.
O que é a fotografia extrema?
Chamo de fotografia extrema estar presente para acompanhar os atletas de esportes extremos ou radicais em seu dia a dia e, automaticamente ter que praticar muito desses mesmos esportes só que com uma câmera na mão.
Estar pendurado em uma corda à 100 metros de altura, ou mergulhando em mares e rios desconhecidos, assim como dividindo espaço com animais em seus meios para conseguir a melhor foto faz com que essa profissão seja extrema!
Quais os lugares mais exóticos e perigosos que você já trabalhou?
Em Svalbard, fica no circulo polar ártico. Eu estava em busca das cachoeiras que deságuam direto das geleiras em uma expedição de 13 dias em um veleiro, sem poder descer pra terra e rodeado por morsas, elefantes marinhos e ursos polares. Foi sem duvida uma daquelas expedições que será difícil de esquecer. No final, conseguimos um salto inédito, uma foto incrível e muita historia pra contar!
A natureza também é um elemento forte no seu trabalho, certo?
Sim, sempre. Respeito a natureza a ponto de pedir licença todas as vezes que me aproximo dela para que haja uma troca e não somente o uso de seus elementos. Somente quem já esteve inserido em grandes expedições e/ou travessias entende o quanto pequenos somos diante desse todo e o quanto esmagadora podem ser as conseqüências se não a respeitarmos. Para eu tratar a natureza bem começo na educação que dou para meus filhos até em simples atos como pegar do chão um lixo deixado por outro, como forma de exemplo. Costumo dizer que não existiriam os “ecochatos” se não fossem os “ecoburros”!!!
Conte um pouco sobre sua experiência no Havaí, com as lavas do vulcão Kilauea.
Estar tão próximo a uma das forças mais puras e devastadora de nosso planeta e ver de perto a construção de uma ilha é inexplicável, unir isso a um esporte extremo, rendeu umas das melhores fotos que já fiz desde o inicio de minha carreira. As fotos rodaram o mundo e foram capa de diversos jornais, portais e revistas.
Qual é o seu conselho para quem tem interesse em trabalhar com fotografia?
Hoje iniciar no mundo da fotografa não é difícil. A fotografia digital diminuiu a barreira entre o hobby e a profissão. Se posso dar um conselho para quem pretende entrar nesse ramo é que faça isso com o coração, dedique-se em estudar, em aprender na pratica e principalmente a inovar. A cada dia que passa a fotografia faz mais parte de nosso cotidiano, então vá em frente, ache seu meio, fotometre, enquadre respire fundo e click!
Quais projetos ou lugares para fotografar estão nos seus futuros planos?
Cada mês que passa a nossa agenda muda completamente, tenho que estar sempre preparado para num dia estar fotografando em estudio e no outro embarcando para algum lugar do mundo em que muitas pessoas nem ouviram falar. E se você acha isso uma loucura, eu te digo que isso é o que mais me motiva a fazer o que eu faço, a incerteza de uma agenda, a variedade nos trabalhos e principalmente explorar o pouco conhecido!
Serviço:
Exposição: Fotografia Extrema
Local: Fnac Paulista
Endereço: Av Paulista, 901
