Jogos de Praia, a opinião de Mário Santos


Por força das funções que exerço na federação internacional de canoagem, e sendo presidente do comité de kayak de mar tenho acompanhado com interesse a evolução de um novo evento multidesportivo: os jogos de praia.

Este evento integra várias disciplinas como a canoagem de mar, futebol de praia, andebol de praia, motonáutica , remo de mar, rugby de praia , vela , pesca desportiva, subaquática , surf, ténis, triatlo , vólei ou esqui aquático / wakeboard .

Foi anunciada pela SportAccord e pela Associação de Comités Olímpicos Nacionais a organização dos Primeiros Jogos Mundiais de Praia em 2017. Esta organização prevê ser o terceiro maior evento desportivo mundial, só ultrapassado pelos Jogos Olímpicos e Mundial de Futebol. Com possibilidade de uma organização economicamente sustentável, atentos os custos reduzidos com as infra estruturas.

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Estas modalidades, inequivocamente, atraem uma nova geração para quem estas disciplinas são uma forma diferente de praticar desporto. Com valências que se encaixam com as novas tendências e num enquadramento único. Uma grande oportunidade para estas disciplinas ganharem visibilidade, abrindo a competição a um leque de novos praticantes, e criando a oportunidade a muitos locais de se afirmarem através da descriminação positiva que o território lhes permite.

Portugal tem condições únicas para a prática destas disciplinas que podem alavancar mais um cluster da nossa economia atenta a oferta de praia, mar e hotéis em condições únicas na Europa. Evidentemente que, para tal, é preciso estar na vanguarda e equacionar o seu valor estratégico. Com a tão propalada política para o mar, explorar a costa, o turismo e a economia do desporto parece estarmos perante uma oportunidade. Novos atletas e competição em locais de excelência, nos quais água e luz são grátis.

Fica o desafio ao Comité Olímpico de Portugal para dinamizar estas disciplinas e este figurino competitivo em parceria com as federações, promovendo no terreno o desporto e os valores olímpicos.

Mário Santos, Presidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

Fonte: Jornal A Bola, 27/02/2015 e Surfski Portugal