Novidades são testadas na Classificação Funcional da Paracanoagem


Atletas irão se submeter a métodos e tecnologias inéditas no trabalho de classificação funcional durante o Campeonato Brasileiro em Curitiba (PR)

VelocidadeO Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade e Paracanoagem 2014 que acontece em Curitiba (PR), de quinta a domingo (28/09), dará mais um passo em prol da Classificação Funcional dos paracanoístas que participam dos eventos do calendário nacional da modalidade. O evento irá realizar a reclassificação da totalidade dos atletas participantes da Paracanoagem, no caso os 65 atletas de diversas categorias. Dentre os nomes confirmados da modalidade que irão participar do evento estão Fernando Fernandes de Pádua, Fernando Rufino de Paulo e Luis Carlos Cardoso da Silva, todos medalhistas mundiais e referências no esporte.
A intenção é aprimorar e refinar ainda mais o que existe atualmente na metodologia da  classificação dos atletas na Paracanoagem, modalidade que estreia nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. O supervisor do Comitê de Paracanoagem da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), Leonardo Maiola, revela que as modernizações vem apenas complementar todo o desenvolvimento da modalidade. “Sem dúvida a modalidade da Paracanoagem está avançando ao longo dos últimos anos e essa evolução na questão da classificação funcional é algo que agrega ainda mais. A expansão da modalidade só se dá a partir de desenvolvimentos contínuos em todas as áreas que a abrangem, e estamos conquistando aos poucos este espaço”.
A Paracanoagem tem como base a classificação de seus atletas em três diferentes classes, sendo elas a classe LTA, TA e A. A Classe LTA é para atletas com uma deficiência que tenham uso funcional das pernas, tronco e braços para remar, e que possam aplicar força no finca-pés ou banco para impulsionar o barco. A classe TA é destinada a canoístas que tenham uso funcional do tronco e braços. Eles não são capazes de aplicar força continuada e controlada no finca-pés ou banco para impulsionar o barco devido aos membros inferiores se encontrarem significantemente enfraquecidos. Já a classe A destina-se a canoístas que não tenham uso do tronco. Um canoísta de classe A consegue predominantemente aplicar força usando os braços e/ou ombros. Estes atletas provavelmente terão ainda pouco equilíbrio sentados. A reclassificação funcional é portanto adaptar cada atleta a sua classe mais adequada.

Reclassificação Funcional no durante o Campeonato Brasileiro

A reclassificação funcional será realizada pela classificadora internacional homologada pela Federação Internacional de Canoagem, Maria de Fatima Fernandes Vara, única com essa especialização na América do Sul, em conjunto com uma equipe de colaboradores da Universidade Positivo, sendo duas pessoas do curso de Educação Física, três do curso de Engenharia da Computação e quatro do curso de Fisioterapia.
A grande novidade e pioneirismo neste momento será o uso do sensor de pressão, instalado no finca-pé do barco, proporcionando ao classificador uma forma mais eficaz de ver se existe efetivamente a movimentação do atleta durante a remada. Outro ponto a ser ressaltado é o uso do aparelho de Kinect (sensor de movimentos) que ajuda a perceber melhor o movimento do atleta em questão.
Velocidade“O novo sensor que estamos utilizando mede a pressão que o atleta realiza no pedal. Nesta avaliação que estamos fazendo será utilizado o sensor tanto no caiaque ergômetro como no próprio barco através de tecnologia wi-fi. Isto irá ajudar a reforçar ou em algum caso apontar alguma divergência nas conclusões obtidas sobre o método comumente utilizado (avaliação funcional, caiaque ergômetro e avaliação na água)”, declara Fátima.
As novidades usadas elevam ainda mais o nível criterioso da classificação funcional, bem como expõe o pioneirismo brasileiro nesta questão. O Campeonato Brasileiro será a oportunidade de testar em um número maior de atletas o aparelho de Kinect (sensor de movimentos) já testado por alguns dos mesmos. Esta evolução de tecnologias é importante tendo em vista que todas as melhorias estão sendo feitas para o constante desenvolvimento da Canoagem.
A reclassificação dos atletas neste Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade e Paracanoagem tem como base fundamental a busca ainda maior da igualdade de condições dentro do ambiente competitivo. As avaliações funcionais estarão sendo realizadas ao longo de todo o evento.
FIC contará com mudanças na reclassificação
A Federação Internacional de Canoagem (FIC) também trouxe à tona nos últimos meses o interesse de aprimorar os métodos de classificação funcional, tendo em vista também o objetivo de reclassificação zero para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Pelo momento ainda não existem previsões de quais serão as mudanças adotas e quando que virão a público. Porém, é de grande interesse da FIC que as novidades na classificação estejam resumidas de forma clara e compreensível para todos os tipos de públicos interessados sobre o assunto.