O resgate da tartaruga Ryan


O resgate foi feito pelo médico veterinário Celso Filetti (que está sem camisa nas fotos) e eu, Jefferson Sestaro (de camisa branca), na Ponta da Praia, Santos.

Estávamos voltando de uma remada quando populares acenavam na mureta nos avisando que uma tartaruga estava morrendo ao lado do pier da Praticagem de Santos, e pedindo se era possível fazer um resgate.

Remamos até o local onde ela estava e ao avista-la, a tartaruga marinha colocava a cabeça para fora da água, como de costume para respirar, mas o barulho do respiro, muito ofegante e forçado, o que demostrava que ela estava com algum problema. Parecia pedir socorro.

Logo percebemos linha de pesca enrolada nela, estava nas nadadeiras e também no pescoço, causando um estrangulamento moderado, por isso a respiração forçada naquele momento.

Ciente do perigo que a mordida dessa tartaruga poderia causar, Celso Filetti, que é médico veterinário, procurou o melhor ângulo para retirar a tartaruga da água e colocá-la no caiaque surfski, para tentar quebrar a linha com a mão. Porém o surfski, é um caiaque de competição, muito estreito e instável, então a melhor opção era remar até uma rampa onde poderíamos apoiar o caiaque e retirar as linhas em segurança, sem o risco de cair do caiaque e não conseguir ajudar a tartaruga.

Enquanto Celso colocava a tartaruga no seu caiaque, remei até o pier da Praticagem de Santos para pedir uma faca, e logo trouxeram uma faca de serra para ajudar.

Após remarmos até a rampa em frente ao Clube Saldanha, colocamos a tartaruga no chão, e com cuidado cortamos as linhas, liberando as nadadeiras e principalmente o pescoço dela, que estava com duas voltas de linha, já em princípio de estrangulamento.

A senhora que nos avisou, foi quem fotografou, infelizmente não tenho nome dela para creditar as fotos, por isso vou colocar como arquivo pessoal.

Na foto das linhas em cima da mureta, é possível ver anzóis com iscas ainda frescas, provavelmente essa isca que atraiu a tartaruga até essa armadilha. Felizmente conseguimos resgata-la, cortar as linhas e devolve-la ao mar.

Resta apenas a reflexão de que essa tartaruga teve sorte com nossa ajuda, mas quantas outras não morrem por bobeiras como linhas de pesca, lixos no mar, entre outros objetos.