Papo de Canoísta: Hans Mallmann, destaque da Seleção Brasileira de Canoagem


Um dos destaques da Seleção Brasileira de Canoagem, o atleta Hans Mallmann, fala do Torneio Sul-Americano e projeta o futuro.

O Torneio Sul-Americano de Canoagem realizado na última semana, no Equador, mostrou a força da Canoagem Brasileira em sua preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, revelando e reforçando os talentos de nossa Seleção na busca do Ouro Olímpico.

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Um destes talentos, porém já consagrado em nossa seleção é o atleta Hans Mallmann, gaúcho, e hoje residente em Curitiba/PR onde treina com a seleção brasileira. O atleta é especialista na categoria K2 – 200 metros, sendo campeão pan-americano no ano de 2013, em Porto Rico, vice-campeão dos Jogos Sul-Americanos no ano de 2014, no Chile, vice-campeão do pan-americano no ano de 2014, no México, penta-campeão brasileiro no ano de 2014 e mais recentemente conquistou três medalhas de prata para o Brasil nos Sul-Americano deste ano, no Equador.

Títulos não faltam na prateleira de Hans Mallmann, e o sul-americano deste ano veio para reforçar isso, pois mesmo com todas as adversidades da competição, o atleta foi um dos destaques do torneio.

PARA SESTARO“O sul-americano foi a primeira competição de 2015 e ainda não estamos no nosso pico de treinamento, mas já obtivemos resultados significativos para um ano que promete muito sucesso para a canoagem brasileira. disse o três vezes medalhista Hans ao comentar a sua participação no torneio, “Nosso pico de treinamento é trabalhado para ocorrer na semana do Campeonato Mundial de Milão, na Itália, na semana deste campeonato é onde os tempos estarão mais baixos e as chances de sucesso se multiplicam”, completou. 

Entre as adversidades do torneio, que foi de alto nível, um inimigo em especial teve de ser superado antes de qualquer outro, a altitude. “A prática de esportes na altitude depende muito da adaptação, e às vezes leva tempo, no nosso caso fomos direto competir, o que nos dificultou muito no que tange a oxigenação, logo, nossa adaptação praticamente não aconteceu, pois para se aclimatizar a essa altitude precisaria de no mínimo três semanas, entretanto, nossos resultados demonstraram que mesmo assim o Brasil chega forte em 2015”, completou Hans.

Além da altitude, o nível da competição era altíssimo, e os adversários muito experientes, onde referiu que “O nível desta competição foi muito alto, tendo inclusive a participação do atleta Equatoriano César de Cesare, finalista olímpico e Campeão Mundial, nas provas de 500 e 200 metros”.

O atleta é categórico ao falar no assunto Olimpíadas. “Estamos treinando com muita vontade de conquistar a vaga para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que embora seja na nossa casa ainda não temos a vaga garantida, pretendemos conquistá-la no Campeonato Mundial de Milão no mês de agosto, pois temos embarcações muito fortes e atletas altamente preparados para conquistar nossos objetivos, porém, antes temos os Jogos Pan-Americanos no Canadá, que é uma competição de suma importância e que vamos nos dedicar ao máximo para trazer muitas medalhas para o Brasil”.

Finalizando, Hans Mallmann faz questão de deixar uma mensagem aos atletas iniciantes e que são o futuro do nosso esporte, utilizando seu próprio exemplo de vida para isso. “Para quem me conhece e me viu crescer sabe que minha vida sempre foi voltada à canoagem, deixei muitas vezes de me divertir para ir treinar, tudo em busca de um sonho. Em certos momentos de dificuldade, tive que conciliar os treinos com o trabalho de motoboy, onde arriscava diariamente a minha vida para juntar dinheiro suficiente para ter um material, de melhor qualidade, pra conseguir diminuir a diferença ou até superar os meus adversários que, na época, já estavam na Seleção Brasileira, hoje, após muito esforço, eu faço parte desta Seleção vitoriosa, dou a vida em cima de um Caiaque, realizo cada treino como se fosse uma final de campeonato mundial, e sempre aconselho aos mais novos a se dedicarem muito, pois o esporte pode sim ser uma carreira profissional, só vai depender do quanto você quer ser o melhor, do tamanho de sua fome por vencer. A dor é passageira, mas a glória é pra sempre, quando o hino do seu país toca, você sabe que ele esta sendo tocado porque você fez algo significativo para ele, e esses momentos nunca saem da memória, não vai importar quanto tempo passou na sua vida, você vai olhar pra medalha e vai saber como foi cada segundo daquela prova, como foi difícil treinar por horas na chuva, no frio, muitas vezes na madrugada, sozinho, mas quando o hino toca, você só consegue pensar: Valeu a pena.”