Saiba como foi a 1ª Karamuru Hoe Race 180km de Salvador à Itacaré, em 3 dias!


A KARAMURU HOE RACE foi inspirada nos maiores eventos internacionais de Canoagem Polinésia/Va’a do mundo, em termos de distâncias.

Em dezembro de 2017, a menos de 1 mês, o Canoa Bahia colocou em prática um desafio que a bastante tempo vinha sendo maturado. Trata-se da “I KARAMURU HOE RACE – 180Km” (KHORA) – 2017, partindo de Salvador/BA, rumo a Itacaré/BA.

Com largada ocorrida no Núcleo 2 do Canoa Bahia – Praia da Preguiça – no bairro do Comércio, em Salvador/BA, no dia 28/12/2017 e chegada na praia da Concha no dia 30/12/2017, na cidade de Itacaré/BA, a competição assim foi dividida no 1º dia: Salvador x Morro de São Paulo – 67km; 2º dia: Morro de São Paulo x Barra Grande – 63km; 3º dia: Barra Grande x Itacaré – 50km, totalizando 180km.

A prova é formatada em três dias, com equipes formadas por 12 remadores, e permitindo revezamento entre eles, durante cada percurso. A primeira edição foi restrita aos remadores do Canoa Bahia, porém a partir da II edição, que acontecerá em 2019, será aberta ao público interessado.
A KARAMURU HOE RACE – (KHORA) é um evento organizado pelo Clube de Canoagem Canoa Bahia em parceria com o patrocinador master “Karamuru Canoes and Accessories”, com hospedagem no site: www.brasilvaachallenges.com, onde estão hospedados alguns dos maiores desafios do mundo em termos de distâncias. A competição será bienal e ocorrerá sempre em dezembro dos anos ímpares, com a segunda edição prevista para 2019.

As equipes do Canoa Bahia, como de praxe, foram formadas exclusivamente por alunos matriculados, que residem em Salvador e treinam no Clube, mantendo um conceito sempre preconizado pela empresa: apostar nos seus remadores, moldando-os técnica, física e psicologicamente para grandes desafios, independente de sexo, cor, crença, idade e orientação sexual. Os 24 remadores do Clube que participaram deste evento foram selecionados através de prova seletiva de OC1, como prevê o Regulamento de equipes do Canoa Bahia (RECAB), levando em conta ainda assiduidade dos mesmos nos treinos ordinários e extraordinários, conduta nas aulas, espírito de coletividade, abnegação em prol do coletivo, dentre outros atributos. Foram duas equipes no total, uma masculina e uma feminina, compostas de atletas entre 28 e 55 anos.

A KARAMURU HOE RACE foi inspirada nos até então dois maiores eventos internacionais de Canoagem Polinésia/Va’a do mundo, em termos de distâncias: “Tahiti Nui Va’a” – competição que ocorre no Tahiti, com percurso de 166km e “Olamau Race” – evento que acontece no Hawaii, com percurso de 100 milhas terrestres (aproximadamente 161km). Ambas são bienais, dividas em 3 dias, com equipes de 12 remadores que revezam durante os dias de prova.

A idéia de fazer uma competição desta magnitude surgiu em 2014, quando o presidente do Clube Canoa Bahia, Hamã Oliveira, nas suas incessantes pesquisas e estudos sobre competições ao redor do mundo, se deparou com as provas anteriormente citadas (Tahiti Nui Va’a e Olamau Race). Deste dia em diante, surgiu a vontade de formatar um evento nos mesmos parâmetros, para que os remadores brasileiros e estrangeiros, interessados em remar na nossa “Amazônia Azul”, pudessem desfrutar de uma prova nesse formato.

Todavia antes de realizar a primeira edição do evento, Hamã sentia necessidade de fazer uma remada piloto sem revezamento, embora a prova à ser organizada não tivesse previsão de contemplar essa formatação.

O intuito da remada piloto sem revezamento seria analisar os pontos positivos e negativos do trajeto, assim como testar o remador física e principalmente psicologicamente, e como ele reagiria à fadiga em uma eventual quebra do barco de apoio. Dessa forma, poderia avaliar se seria factível autorizar a permanência de uma equipe na prova em situação de quebra do barco de apoio, sem comprometer a segurança da mesma, tornando uma situação adversa em uma prova de endurance, onde a superação física e emocional seria o divisor de águas.

Com esse planejamento para ser executado, em dezembro de 2014, Hamã tentou montar uma equipe composta exclusivamente por remadores do Canoa Bahia para realizar a prova piloto, porém os remadores que teriam condições físicas e emocionais para tal jornada, não podiam participar por questões pessoais e de trabalho.

Desta forma, Hamã convidou seu amigo brasiliense, quase baiano, Marcelo Bosi: ex morador de Barra Grande –BA, remador experiente, pioneiro da modalidade no Planalto central e responsável por montar a primeira escola de canoagem do distrito federal, a extinta “Canoas Havaianas do Planalto”. Naquele momento, Bosi dirigia o Clube Ava – Canoeiros do Paranoá. Lastreado na qualificação do amigo, Hamã pediu ainda a ele que indicasse mais três remadores de endurance, e Marcelo então convidou alguns de seus alunos, completando a equipe.

E assim, entre os dias 28 e 30 de dezembro de 2014, a equipe formada por Hamã Oliveira e Aline Mano, do Clube Canoa Bahia, além de Marcelo Bosi, Rafael Poubel, Filipe Terrana e Diana Nishimura, perfizeram o trajeto previsto, de forma expedicionária e sem qualquer apoio externo, saindo do Núcleo 1 do Canoa Bahia, no Porto da Barra/Salvador e finalizando na praia da Concha, em Itacaré, num percurso total de 172,9km, com paradas em Morro de São Paulo – Cairú e Barra Grande – Maraú.

Autor: Max Lacerda Interaminense
Fotos: Pablo Gomez, Francisco Nascimento e arquivos do Canoa Bahia.