Samu Team Brazil bate seu próprio recorde e é tetracampeã no 15º VISA


Uma das provas mais longas do mundo nesse esporte foi realizada neste sábado (10), com largada e chegada na Praia da Aparecida, em Santos.

Uma disputa feita de recordes. A Samu Team Brazil, de São Paulo, principal força brasileira na modalidade, mostrou superioridade novamente, superando seu próprio recorde para faturar o tetracampeonato no 15º Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas. Uma das provas mais longas nesse esporte foi realizada neste sábado (10), com largada e chegada na Praia da Aparecida, em Santos, reunindo 33 equipes, mais um recorde comemorado.

O time campeão bateu o sino (símbolo do encerramento da disputa) em 5 horas 41 minutos e 12 segundos, baixando dez minutos a marca de 2017 e com mais de 15 minutos de vantagem sobre a vice-campeã, a Base Alpha, de Ilhabela, com 5h56min52s. A TriboQPira, de Santos, equipe hexacampeã, foi a terceira, com 5h59min46s. A primeira equipe mista no evento foi a CPT, de Santos (13ª geral), com 6h52min47s, enquanto que a campeã feminina foi a Mosaico, formada por atletas brasileiras, argentinas, chilenas e norte-americanas (19ª no total), com 7h17min29s.

Considerada com uma “chancela” entre os remadores da modalidade, a prova é realizada em diversos cenários, com mar, e rio, no Canal de Bertioga e Porto de Santos, oferecendo variadas condições, como ondulações, correntezas, vento, baixios. A estratégia de navegação e de revezamento é outra atração. Cada equipe é composta de nove remadores, seis na canoa e três no barco de apoio, e as trocas são feitas em movimento, conforme decisão da equipe, para evitar o desgaste excessivo e permitir a hidratação.

“Esse ano teve um gosto diferente. As equipes vieram com uma vontade muito grande de participar. Via nos olhos dos atletas a satisfação incrível de estar aqui. Foi contagiante para todos”, vibrou o organizador do evento Fábio Paiva. “A gente está melhorando a cada ano. Vendo detalhes para crescer sempre e capacitando as equipes”, falou Paiva, também comemorando a grande quantidade de mulheres competindo – com seis equipes exclusivas femininas e sete mistas.

Na disputa pela liderança, a Samu Team Brazil, que já conta com uma mesma base há anos, abriu vantagem desde o início e não foi ameaçada. A briga ficou pelo segundo lugar até pouco antes da metade do percurso, quando a Base Alpha assumiu a colocação e manteve uma pequena distância visual. “Essa é a prova mais legal que tem no Brasil disparado e viemos para bater o recorde”, destacou o capitão da Samu, Sérgio Prieto.

“A gente sabia que estava muito mais treinado esse ano. Fizemos a estratégia certa. O duro mesmo foi na entrada do Canal de Bertioga. Estava correnteza contra, mas depois pegou a favor”, acrescentou Serginho, que já tem meta para 2019. “Nosso sonho é chegar a 5h30min. Vamos treinar para o ano que vem conseguir”, anunciou o capitão, que remou com Rafael Leão (o mais experiente), Luiz Guida, o Animal, Allan Reynol, David McNight, Vinicius Sanches, com reforço de dois atletas de Cabo Frio, Maxswell Coutinho e Henrique Voegel.

Tanto a Base Alpha quanto a TriboQPira reconheceram a superioridade da Samu na disputa. “Foi legal. Boa disputa. A gente tem pouco tempo de conjunto. Graças a Deus conseguimos encaixar melhor a remada e conseguimos chegar na frente da Tribo. Parabéns para a Samu, que remou muito. Agora é treinar forte e fazer essa molecada crescer no esporte e levar a sério”, afirmou Paulo dos Reis, o Paulão, da Base Alpha.

“A gente já sabia que a Base Alpha ia dar trabalho. Ficamos na frente até a Praia de Pernambuco. Depois nosso barco perdeu rendimento, potência e eles passaram e abriram. No Canal, a gente começou a tirar, mas já era demais. Foi uma grande prova, estamos todos felizes, no pódio e é isso que importa”, festejou o capitão da TriboQPira, Felipe Neumann, que contou com atletas experientes como Celso Filetti, Alessandro Matero e Rogério Mendes.

Ainda na prova, destaque para a equipe Brucutu, de Bertioga, a única a ter participado de todas as edições e que chegou em quinto lugar geral, atrás da Samu B, de São Paulo. “A gente não conseguiu treinar muito esse conjunto. Alguns atletas retornaram. Foi muita raça. O nível foi muito forte. Foi uma vitória para a gente”, disse o capitão Everdan Riesco. “Muito bom ver uma prova como essa. O Fabião batalhou muito e hoje o Brasil todo aderiu. Estamos vendo 33 equipes nessa prova e acredito que daqui dois, três anos teremos 50, 60 canoas”, falou.

Além da grande participação feminina, a prova comemorou cinco equipes masters, três delas exclusivamente com atletas dos 40 anos em diante, e duas com canoístas acima dos 50 anos. “Estamos crescendo e isso nos faz ficar cada vez mais motivados”, argumentou Fábio Paiva, citando equipes de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A maior participação foi de Niterói/RJ, com nove equipes. Os gaúchos, estreantes na disputa, foram destaque no projeto solidário, realizado em todas as edições, sob o comando de Carla Greco. Cada equipe entregou latas de Sustagem ou Nutren Kids e este ano foram arrecadadas 315 latas, 78 entregues pela Poa Vaa/Sava Clube, de Porto Alegre.

Junto à competição foi comemorado, pela primeira vez, o Dia Municipal da Canoa Havaiana, criado por lei proposta pelo vereador Rui de Rosis, evidenciando a força da modalidade e o sucesso do evento. Várias personalidades que ajudaram no crescimento da canoa havaiana foram homenageadas com a entrega de placas.

Resultados Oficiais – 15º Desafio Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas – 2018

1 Samu Team Brazil – São Paulo/SP – 5h41min12s (recorde)
2 Base Alpha Va’a – Ilhabela/SP – 5h56min52s
3 TriboQPira Poseidon – Santos/SP – 5h59min45s
4 Samu B – São Paulo/SP – 6h18min57s
5 Brucutu – Bertioga/SP – 6h21min53s
6 Floria Va’a – Florianópolis/SC – 6h24min36s
7 ATR/Hoe Mana – Santos/SP – 6h33min47s
8 Base Alpha Va’a 2 – Ilhabela/SP – 6h36min24s
9 Hoa Aloha – Niterói/RJ – 6h41min16s
10 Itaipu Surf Hoe – Niterói/RJ – 6h43min05s
11 Buriquioca Va’a – Bertioga/SP – 6h47min12s
12 Santa Cruz Canoagem – Guarujá – 6h48min32s
13 CPT – Santos/SP – 6h52min47s (1ª colocada mista)
14 Smiles Mauna Loa – Niterói/RJ – 7h00min33s (1ª colocada master 40+)
15 T-Rex – Salvador/BA – 7h03min25s (1ª colocada master 50+)
16 Canoa Brasil KVRA’S – Santos/SP – 7h04min51s (13ª colocada open masculina)
17 Nativos Va’a/RQR – Salvador/BA – 7h05min48s (2ª colocada mista)
18 ATR/Vale Ohana Va’a – Santos/SP – 7h07min37s (3ª colocada mista)
19 Mosaico – Brasil/Chile/Argentina/Estados Unidos – 7h17min29s (1ª colocada feminina)
20 Ohana Kai ES – Vitória/Vila Vellha/ES – 7h20min22s (4ª colocada mista)
21 Smiles Hoa Mauna – Niterói/RJ – 7h20min49s (2ª colocada master 50+)
22 Niterói Hoe – Niterói/RJ – 7h26min07s (14ª colocada open masculina)
23 Itaipu Surf Hoe – Niterói/RJ – 7h27min06s (5ª colocada mista)
24 Poava’a/Sava Clube – Porto Alegre/RS – 7h48min05s (15ª colocada open masculina)
25 Smiles Mauna Loa – Niterói/RJ – 7h49mins43s (2ª colocada feminina)
26 Cinza Beer Va’a – Santos/SP – 7h52min19s (2ª colocada master 40+)
27 Floripa Va’a – Florianópolis/SC – 8h00min39s (6ª colocada mista)
28 Pua Kai – Ubatuba/SP – 8h07min12s (3ª colocada feminina)
29 Hoa Aloha Wahines – Niterói/RJ – 8h11min35s (4ª colocada feminina)
30 Nativos Va’a – Salvador/BA – 8h22min30s (7ª colocada mista)
31 Floripa Va’a – Florianópolis/SC – 8h38min27s (5ª colocada feminina)
32 Amaré Niterói Hoe – Niterói/RJ – 8h45min52s (6ª colocada feminina)
33 Clube Ho Oponopono Va’a – Região dos Lagos/RJ – 8h48min12s (3ª colocada master 40+)